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Queda de Marta redefine campanha em SP, que passa a ter mais ataques

Avener Prado/Folhapress
Marta Suplicy, candidata à Prefeitura de São Paulo durante visita ao Jardim Nova Conquista, na zona leste da cidade
Marta Suplicy, candidata à Prefeitura de São Paulo durante visita ao Jardim Nova Conquista, na zona leste da cidade

A queda de Marta Suplicy (PMDB) nas pesquisas de opinião a seis dias da eleição paulistana fez da peemedebista o principal alvo de dois candidatos que, com seu declínio, passaram a vislumbrar chances concretas de chegar ao segundo turno.

Celso Russomanno (PRB) viu a distância entre ele e a rival se ampliar e a transformou na peça central de seus ataques não só nas propagandas de rádio e TV, como em declarações públicas.

Segundo o último Datafolha, Russomanno tem 22% e Marta, 15%, redução de cinco pontos com relação à pesquisa anterior.

Em outra frente, a campanha de Fernando Haddad (PT), que oscilou positivamente de 10% para 11%, trabalha para desestabilizar ainda mais a peemedebista e ultrapassá-la na reta final.

Todas as campanhas, a de Marta inclusive, apostam, entretanto, que há uma forte "volatilidade" nos votos, o que poderia causar reviravoltas nos últimos dias. É com base nisso que cada equipe posiciona suas armas.

Haddad espera manter uma tendência de crescimento e encostar em Marta para inflar uma espécie de "voto útil" em setores mais alinhados à esquerda. Se tiver sucesso, acredita que pode passar Russomanno na reta final da corrida eleitoral.

O petista aposta na vinculação de Marta ao presidente Michel Temer e ao ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), que preside o partido do vice de Marta, para retomar eleitores que hoje estão com ela.

O candidato do PRB, por sua vez, deve manter Marta sob artilharia pesada, para tentar segurar sua vaga no segundo turno. Nesta terça (27), acusou a campanha da peemedebista de ter pago para que garçons de um bar que era dele e faliu gravassem depoimentos para a TV.

Marta respondeu. Disse que, sim, fez contato com os profissionais que processam Russomanno por não ter quitado dívidas trabalhistas, mas que não houve negociação de dinheiro. Afirmou que o candidato mente.

Ilustração João Montanaro/Editoria de Arte/Folhapress

VOTO ÚTIL

A equipe da peemedebista se abateu com o resultado das pesquisas e atribui parte do resultado à "pancadaria generalizada" de que ela vem sendo alvo.

Nos bastidores, sua campanha aposta em duas frentes para tentar se recuperar.

Vai manter a artilharia em Russomanno, opondo a experiência de Marta à suposta inabilidade dele como gestor, e, ao mesmo tempo, voltar a mostrar mais a biografia da peemedebista.

Com esse intuito, avalia ter conseguido um ativo precioso esta semana: uma decisão judicial que deu direito de resposta a Marta em uma série de inserções de Russomanno. Isso ampliará a exposição dela numa arena reservada ao candidato rival –Marta ocupará praticamente todas as inserções do oponente até o fim do horário eleitoral, na quinta-feira (29).

A principal preocupação da peemedebista, agora, é estancar a perda dos votos e evitar que Haddad se aproxime ainda mais dela. Isso porque a avaliação de que os eleitores menos conservadores tenderão a escolher a campanha mais competitiva para evitar um segundo turno entre o líder das pesquisas, João Doria (PSDB), e Russomanno, também é compartilhada no QG de Marta.

Nessa tentativa de estimular a unidade de eleitores de esquerda em torno de um nome só, petistas passaram a estimular, nos bastidores, a tese de que Luiza Erundina (PSOL), hoje com 5% das intenções de votos, pudesse abrir mão de sua candidatura para favorecer Haddad.

A própria candidata rechaçou a articulação. Afirmou que o "voto útil não é democrático". "É uma imposição."

SURPRESA

Candidato com a posição mais confortável nas pesquisas, Doria, que tem 30% das intenções de voto, diz que vai manter o ritmo da campanha até o final. "A orientação do time é zero tranquilidade. Há uma volatilidade ainda e por isso vamos manter o ritmo até o final", afirmou o coordenador da campanha tucana, Júlio Semeghini.

Tanto Doria como Marta e Haddad acreditam que há espaço para uma "derrapada final" de Russomanno, a exemplo do que ocorreu em 2012, quando o candidato do PRB perdeu quase dez pontos percentuais na última semana da disputa.

(DANIELA LIMA, PAULA REVERBEL, BRUNO FÁVERO, ANGELA BOLDRINI, CAROLINA LINHARES)

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