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Candidato do PSOL racha sigla em Cuiabá ao apoiar temas conservadores

O candidato do PSOL à Prefeitura de Cuiabá, Procurador Mauro, que vinha liderando as pesquisas na cidade, caiu no último levantamento, divulgado nesta sexta-feira (30), o que acirrou a disputa.

Emanuel Pinheiro (PMDB) passou para o primeiro lugar, com 35% das intenções de votos válidos, seguido por Wilson Santos (PSDB), com 28%, e Procurador Mauro (PSOL), com 24%.

Como a margem de erro da pesquisa é de quatro pontos percentuais, o cenário de um segundo turno é incerto.

Pinheiro, novo líder no levantamento do Ibope, é deputado estadual em quarto mandato. Santos já foi prefeito da capital mato-grossense, entre 2005 e 2010, quando renunciou para se candidatar ao governo estadual. O atual prefeito, Mauro Mendes (PSB), optou por não concorrer à reeleição –seu partido faz parte da coligação tucana.

Ainda com chances, apesar da queda, Procurador Mauro teve trajetória surpreendente, liderando as pesquisas do Ibope. Ele concorreu à prefeitura nas últimas duas eleições e teve, como melhor resultado, 5% dos votos em 2012. Neste ano, contava com 15 segundos na propaganda de rádio e TV.

Procurador da Fazenda, Mauro César Lara de Barros ajudou a fundar o PSOL em Mato Grosso, depois de ter deixado o PT em 2003, alegando que a sigla tinha abandonado ideais de esquerda.

Apesar de já ter disputado eleições pela sigla, sua escolha como candidato gerou críticas internas. O ex-presidente do partido em Cuiabá, Marcos Magno, foi uma das vozes contrárias. "Ele é autoritário e incompetente. Usa o partido para se promover, afastando correligionários e militantes."

Procurador Mauro também polemizou com posições que defendeu na campanha –especialmente depois da divulgação de um vídeo em que o pastor evangélico Silas Malafaia orientava fiéis a não votarem no candidato do PSOL.

Nas redes sociais, publicou um vídeo em resposta ao pastor. "Sou contra modificações na legislação do aborto. Sou contra a legalização das drogas. Nunca defendi a troca de sexo ou a erotização de crianças. Sou católico praticante."

Para o ativista Clóvis Arantes, organizador da Parada da Diversidade Sexual de Cuiabá, as declarações foram "lamentáveis". "Não são pautas das minorias, mas de direitos humanos. O PSOL nacionalmente tem se posicionado na defesa desses direitos, e ele ignora esse debate", diz.

Para o candidato, porém, suas ideias não causam constrangimento nem internamente. "No PSOL há liberdade de pensamento, e o debate interno é vivo e permanente", diz.

Ele até critica correligionários que centram a militância em causas como a da população LGBT. "O Jean Wyllys [deputado federal do RJ pela sigla] é ótimo parlamentar, mas só defende isso."

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