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No Rio, Crivella e Freixo discutem encurtar o período de propaganda na TV

Fotomontagem
Marcelo Crivella (PRB) e Marcelo Freixo (PSOL)
Marcelo Crivella (PRB) e Marcelo Freixo (PSOL)

Os candidatos à Prefeitura do Rio, Marcelo Crivella (PRB) e Marcelo Freixo (PSOL), discutem reduzir o tempo de propaganda eleitoral no rádio e na TV no segundo turno. A falta de recursos e o tempo excessivo necessário para gravação e produção preocupam os dois.

A sugestão partiu de Crivella na noite de domingo (2), quando conversou com Freixo após a confirmação dos dois como adversários no segundo turno da eleição.

A equipe do PSOL vê com ressalvas a iniciativa. Acredita que seu candidato é menos conhecido do que o senador do PRB. Um dos motivos é justamente o pouquíssimo tempo de TV que tinha à sua disposição no primeiro turno –11 segundos no bloco de dez minutos. O candidato do PSOL, porém, disse que não descarta a hipótese.

No segundo turno, os candidatos dividem igualmente dois blocos de 10 minutos além de 70 minutos em inserções ao longo da programação diária, um total de 45 minutos por dia para cada. A nova lei determina que o candidato apareça em 75% do tempo de cada programa, o que exige horas de gravação.

"Podemos reduzir os blocos de dez minutos para cinco", disse Freixo.

"É muita coisa. Nem final de Copa do Mundo, Olimpíada, final de novela, nunca houve um produto que aparecesse tanto", disse Crivella.

O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio afirmou que os candidatos podem usar o tempo que julgarem correto, dentro do limite de cada um. Contudo, afirma o tribunal, os blocos e as inserções já estão reservados. Se não forem utilizados pelos postulantes, aparecerá o aviso em tela azul de "horário reservado".

Outra opção, diz o tribunal, é adiar o início da propaganda eleitoral para o dia 15, limite estabelecido por lei para o início –a legislação permite o início a partir desta quinta-feira (6). Essa opção atrasaria tanto os blocos como as inserções.

De acordo com a ONG Contas Abertas, o horário deve custar aos cofres públicos R$ 576 milhões em renúncia fiscal. Os veículos abatem do recolhimento de imposto o valor que poderiam arrecadar caso o espaço fosse comercializado. A redução do tempo de TV, se não ficasse todo reservado, poderia também diminuir o gasto do Tesouro.

'GUERRA SANTA'

No segundo turno, os dois devem fazer uma campanha com temas comportamentais, como aborto, legalização das drogas e o projeto Escola sem Partido.

Crivella vai buscar aumentar a rejeição de Freixo no eleitorado conservador por suas posições sobre estes temas. Já o candidato do PSOL tentará apresentar o senador como uma ameaça de mistura entre política e religião.

"Tanto eu como o Freixo superamos a primeira fase onde a tônica foi a ética na política. Temos uma trajetória que faz com que essas preocupações fiquem para trás. Agora outras preocupações serão esmiuçadas. E passa pelas posições comportamentais. Isso influencia, por exemplo, a educação das crianças nas escolas. Também a questão do aborto, porque é saúde pública", afirmou Crivella.

"Não vou fazer uma guerra santa. Mas nós separamos política da religião. O Estado não pode ter a mistura de um projeto religioso com um projeto político", disse Freixo.

Em encontro com correligionários na manhã desta segunda-feira (3), Crivella já sinalizou parte da estratégia. Enquanto apresentava os resultados eleitorais da cidade para seus cabos eleitorais, afirmou para um deles: "Você também vai lutar por um Rio sem drogas, né?

Freixo obteve na segunda o apoio do PSB, além de Jandira Feghali (PC do B) e Alessandro Molon (Rede), anunciados no domingo (2).

O senador Romário (PSB), porém, segue com Crivella.

O candidato do PRB afirmou que pretende buscar o apoio de Flávio Bolsonaro (PSC), que já rejeitou endossar Freixo.

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