Publicidade
Publicidade
Publicidade

Legado de 2001 mantém Marta como preferida em Parelheiros

Joel Silva/Folhapress
Cartaz da Marta Suplicy fixado em cerca na região de Parelheiros
Cartaz de Marta Suplicy fixado em cerca na região de Parelheiros

No único reduto em que o prefeito eleito João Doria (PSDB) foi preterido, no extremo sul da capital paulista, a adversária derrotada Marta Suplicy (PMDB) teve um a cada três votos válidos.

Não porque a campanha dela tenha dedicado especial atenção à região –a zona leste, e não a sul, foi a mais visitada por Marta durante o período eleitoral, conforme levantamento realizado pela Folha. Mas porque, quando foi prefeita, de 2001 a 2004, sua gestão melhorou principalmente o trânsito e o transporte público no local, de acordo com os moradores.

As zonas eleitorais de Parelheiros e Grajaú foram as únicas, das 58 existentes, em que Doria perdeu, e em ambas Marta conquistou mais votos. Juntas, elas têm 400 mil eleitores –4,5% do total do município.

O prefeito Fernando Haddad (PT), comparativamente, não se sagrou vencedor em nenhuma zona eleitoral.

Em Parelheiros, Marta teve 37,15% dos votos válidos, contra 28,2% do tucano. No Grajaú, a diferença foi menor: 31,55% a 30,64%.

Sérgio Custódio, 46, morador de Parelheiros a vida toda, declara-se fã de Marta Suplicy. Em seu salão de cabeleireiro, na estrada da Colônia, há uma foto da senadora ao lado do espelho, deixada por cabos eleitorais em visita que ela realizou ao bairro no mês de setembro.

"Eu sou fã dela porque eu vi o que ela fez. Ela arrumou essa estrada, fez o CEU, o terminal, corredor de ônibus, Bilhete Único", afirma.

"Acho que ela é quem mais fez pelo bairro", declara a vendedora Cristina Velido, 34, outra eleitora de Marta Suplicy. Também na opinião dela, o principal legado da ex-petista está no transporte público: o terminal Parelheiros e corredores de ônibus –como o que liga Parelheiros, Rio Bonito e Santo Amaro, num trajeto de cerca de 30 quilômetros.

O distrito de Parelheiros fica a 40 km do centro de São Paulo e uma das principais preocupações de seus moradores é o deslocamento.

Já Simone Silva, 35, outra moradora do distrito, afirma ter votado em Marta por causa do CEU (Centro Educacional Unificado) Parelheiros, onde os três filhos dela, hoje com idades entre 15 e 18 anos, praticavam atividades de fim de semana.

Apesar de ser atribuído a Marta pelos moradores da área, o CEU Parelheiros foi entregue somente em 2008, na gestão de Gilberto Kassab (PSD). Marta planejou a obra.

MUDANÇA DE PARTIDO

Fatores apontados para que a campanha de Marta perdesse fôlego, como a mudança de partido, do PT para o PMDB, e a associação da candidata com o governo do presidente Michel Temer, não tiraram votos da senadora na região, segundo eleitores.

Na opinião de Simone, a troca de partido foi positiva para a ex-candidata.

"Eu acredito que tenha até ajudado [a conquistar votos], porque o PT hoje é bem malvisto", afirma.

Custódio compartilha dessa avaliação. "Ela fez bem de ter saído, o PT pisou na bola com muito desemprego."

Em toda a cidade de São Paulo, porém, Marta terminou a eleição na quarta colocação –ficou atrás de João Doria (PSDB), de Fernando Haddad (PT) e do deputado Celso Russomanno (PRB)–, com 10,14% (587.220 votos).

Colaborou PAULA REVERBEL, de São Paulo

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade