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Dados eleitorais desatualizados podem ter inflado índice de abstenção

Apesar da taxa de abstenção em 17 das 26 capitais ter subido em relação às eleições de 2012, ela caiu nas cidades que realizaram o recadastramento biométrico obrigatório nos últimos quatro anos.

Isso sugere que o aumento no não-comparecimento pode ser influenciado também pela desatualização dos dados de eleitores.

Segundo dados do TSE, a taxa de abstenção média nas capitais no primeiro turno foi de 16,7% em 2012 para 16,8% neste ano. Nas 12 cidades que fizeram o recadastramento recentemente, esse número caiu de 16,55% para 13,2%.

Por outro lado, se forem consideradas apenas as capitais que nunca fizeram o recadastramento –caso de São Paulo e Rio– as abstenções chegaram, em média, a 21,2%. Em 2012, esse número foi 18,5%.

Isso pode ter acontecido porque eleitores que mudam de cidade e não se cadastram em um novo local, assim como mortes não reportadas, inflam os índices de abstenção. Nos locais onde houve o recadastramento recentemente, os dados dos eleitores estão mais atualizados e a ocorrência desses registros errados tende a ser menor.

Para José Álvaro Moisés, professor de Ciências Políticas da USP, a questão burocrática é um dos fatores que explica a subida da abstenção, mas não se pode descartar que também pode haver uma motivação política para o fenômeno.

"Na medida em que a população ganha experiência em votações, começa a questionar o porquê de o voto ser obrigatório. E, em função dessa reflexão, uma parte não comparece ao pleito", afirma Moisés. Para ele, um desestímulo causado pela crise política também pode influenciar o não-comparecimento.

Editoria de Arte/Folhapress
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