'Um laudo já me inocentou dessa questão', diz candidato de Ribeirão sobre suposta fraude

Líder nas pesquisas eleitorais que antecederam o primeiro turno, o vereador Ricardo Silva (PDT), de Ribeirão Preto, viu seu favoritismo começar a cair após ter o nome envolvido em suspeitas de irregularidades na operação Sevandija, que devastou a política na cidade e levou 16 pessoas à prisão –todas já soltas.

Fechou o primeiro turno com 27,86% dos votos válidos, após ter chegado a 39% nas pesquisas. Agora, acredita que a igualdade no tempo de TV e a saída de candidatos que o atacaram no turno inicial equilibrará a disputa. Leia, a seguir, trechos da entrevista.

Folha - Como reverter agora uma vantagem que chegou a ser do sr. no primeiro turno?
Ricardo Silva - O primeiro turno foi marcado por ataques. Com a ausência dos adversários usados como uma linha auxiliar, teremos mais espaço para apresentar propostas. O segundo turno é focado em propostas, para aprofundar nosso projeto de cidade, ter mais espaço para dialogar com as pessoas, sem precisar ficar respondendo aos ataques dos adversários. Espero que meu adversário faça o mesmo, uma campanha de propostas.

O sr. caiu nas pesquisas após a deflagração da operação Sevandija [a inscrição RS, supostamente alusiva a ele, foi achada em anotações em uma nota de R$ 2 no cofre de um empresário preso]. Qual o impacto dela na eleição?
Apoio a Sevandija, ela está correta. Ocorre que tentaram colar minha imagem ao governo atual e sempre fui oposição desde o primeiro dia de mandato. Fui candidato contra o candidato da prefeita. Isso foi só uma tentativa de me vincular a algo do governo. Um laudo já me inocentou dessa questão. Lamentavelmente as pessoas, quando recebem esse tipo de informação, muitas acabam se confundindo, tanto que muitas não foram votar, ficaram confusas.

São votos que, em grande parcela, são meus. Agora teremos tempo para dialogar com todas as pessoas, para que entendam que a nossa proposta é a melhor para Ribeirão Preto. É uma proposta real e verdadeira, sem promessa fantasiosa, como construir mais prédios, temos é de colocar para funcionar o que tem.

Ao confirmar a ida ao segundo turno, o sr. anunciou que não buscaria apoio de nenhum partido. Qual a razão disso?
Quero que os eleitores dos candidatos que ficaram fora no primeiro turno venham conosco, por entenderem que a nossa proposta é melhor. Como não vou oferecer nenhum cargo, nenhuma secretaria para quem quer que seja, não busquei apoio. Vou dialogar sim é com os eleitores desses candidatos.

Sua campanha arrecadou menos da metade do valor de seu adversário. Como tem sido fazer campanha com as novas regras?
Com muita dificuldade, feio mesmo. Com poucos recursos, o jeito é gastar sola de sapato e fazer muitas caminhadas. É o que resta.