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'Capuz de esquerda e direita não serve mais', diz candidato do PSDB em Porto Alegre

Reprodução/Facebook
Nelson Marchezan
O candidato do PSDB em Porto Alegre, Nelson Marchezan

Deputado federal no segundo mandato, Nelson Marchezan Jr. (PSDB), 44, fez 29,84% dos votos no primeiro turno da eleição da capital gaúcha. O tucano chegou à frente do candidato da situação, o vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB), que fez 25,93 % dos votos.

Marchezan desbancou os candidatos Raul Pont (PT) e Luciana Genro (PSol). Na última pesquisa Ibope, Marchezan aparece com 44% da intenção de votos contra 33% de Melo.

À Folha Marchezan disse que a divisão entre "direita e esquerda" é marketing e que terá "atitude" para combater a crise de segurança pública que afeta a cidade.

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Folha - O PSDB ficou na prefeitura por quase 12 anos, saindo em 2015, e o PP, do seu vice, permanece na prefeitura. O candidato da situação afirma, nos debates, que o senhor é "oposição de ocasião".

Cargo não é escravidão. É justamente essa política que apodreceu o Brasil. Algumas pessoas se vendem por cargos. Seria mais confortável para o PP, e para o próprio PTB [do candidato Maurício Dziedrick], terem continuado com o Sebastião Melo [vice-prefeito e candidato do PMDB]. Provavelmente teriam um espaço maior e dariam até a vitória para ele. Mas eles entendem que o Melo não será um bom prefeito porque eles conhecem o Melo.

Mas os partidos ocupam cargos na prefeitura?

Claro. Eles apoiaram o Fortunatti [atual prefeito], apoiaram o PDT. Apóiam o governo. Meu coordenador de campanha era líder do governo. Claro que ocupam cargos. A diferença é que olharam para o Sebastião Melo e entenderam que não [deveriam apoiar]. Do jeito que está entendem que não vai ter mudança.

O que você acha da campanha pelo voto nulo?

O voto nulo é muito mais pregado pelo Melo do que por qualquer outro partido [de esquerda]. É a velha estratégia: se tu não consegue se defender e sair do meio da lama, tu joga lama em todos para dizer que todo mundo é igual.

Há chance de eleitores da esquerda votarem em você?

Nas nossas pesquisas apareciam que um grande percentual de eleitores indecisos tinham dúvida entre eu e a Luciana. Um bom percentual do meu eleitor tinha como segundo voto a Luciana. Um bom percentual de eleitor da Luciana tinha como segundo voto Marchezan.

Como vê a esquerda de fora do segundo turno?

Este capuz, de esquerda e direita, não serve mais e tem sido usado de forma marqueteira no Brasil. As pessoas viram que é uma falsidade, um rótulo de marketing só. Esses termos perderam definição clara. O PT foi no poder uma grande esperança de todos e numa grande decepção de todos. Toda parte podre da política teve uma supervalorização no governo do PT.

Há alguma semelhança entre o PSDB de Porto Alegre e São Paulo nessas eleições?

Não temos histórico de partido forte como tem em São Paulo. Depois de 16 anos do PT, a cidade decidiu mudar. Agora, depois de 12 anos [de PDT e PMDB], quer mudar de novo. Por um acaso, o candidato da mudança sou eu.

Qual sua avaliação do governo Sartori?

O governo teve uma herança do modelo PT de administrar, de gastar desvairadamente. O Tarso [Genro, ex-governador], sem querer ofender a pessoa dele, mas a gestão dele foi criminosa. Ele e o secretário da Fazenda dele tinham que estar presos. O problema do governo Sartori é que ele não apresenta onde quer chegar e como quer chegar. É angustiante.

A crise do Estado reflete na segurança. Qual sua principal proposta na área?

Atitude. O prefeito tem que dizer que segurança é problema dele.

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