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Jornalista especializada em comunicação pública e vice-presidente de gestão e parcerias da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública)

Não precisa gritar

Difícil é colocar-se no lugar do outro e pensar as atitudes atentando para as necessidades alheias

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Difícil é colocar-se no lugar do outro e pensar as atitudes atentando para as necessidades alheias. Por esses dias, assisti a um vídeo gravado pela Regina Casé que retrata com graça e leveza essa questão tão relevante. Extrovertida como de costume, a atriz apresenta a filha Benedita, que possui deficiência auditiva desde a primeira infância. Juntas, elas abordam o capacitismo e a dificuldade de comunicação da sociedade com os surdos.

Como elas fizeram isso? Usando a própria experiência para listar o que não fazer quando se está diante de uma pessoa com deficiência auditiva. Segue o rol, ao qual tomei a liberdade de agregar alguns itens.

1. Não fale de costas. Quem tem dificuldade auditiva depende de leitura labial para compreender o que está sendo dito.

2. Não grite! “Volume é completamente diferente de frequência”, destaca Benedita.

3. Não precisa exagerar no gestual. Expressar-se de forma clara, e sem colocar as mãos diante dos lábios, é o suficiente.

4. Fale devagar. A boa dicção é fundamental para acompanhar a conversação.

5. Não repita as palavras feito vitrola tocando disco arranhado. Em caso de dúvida, fale novamente usando termos similares.

6. Enquanto fala, olhe e dirija-se à pessoa, não a seu acompanhante.

Agora a cerejinha:

7. Não reduza o outro à condição funcional de seu corpo. “As pessoas dizem: Nossa, mas ela é tão linda! Ninguém diz que ela é surda. É uma loucura”, conta Regina. “Quantas vezes ouvi isso”, arremata Benedita, entre risos com a mãe.

O vídeo me fez lembrar de uma conversa que tive com uma tradutora de libras e um integrante da Associação Brasileira dos Surdos Oralizados. Na ocasião, eles relataram algumas das dificuldades enfrentadas pelas cerca de 10 milhões de pessoas com deficiência auditiva no Brasil, segundo o censo do IBGE. Em tempos de pandemia, surgiu mais um complicador: o uso de máscaras, essencial à proteção da saúde, dificulta a comunicação. Ainda assim, não precisa gritar!

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