Siga a folha

Jornalista e comentarista de política

Saudade da ribalta

Sem muito a fazer, Bolsonaro fustiga Tarcísio em busca da relevância perdida

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Jair Bolsonaro anda sem atividades relevantes com as quais se ocupar. Transita entre prestações de contas à polícia, cerimônias de entrega de medalhas em Câmaras Municipais e gestos que deem a impressão de que será um cabo eleitoral imprescindível à direita, mesmo impedido de concorrer por decisão da Justiça.

À falta do que fazer, fustiga Tarcísio de Freitas, que tem mais a fazer. Precisa governar São Paulo, cujos problemas não são poucos nem pequenos. Já ao ex-presidente sobra tempo livre para cavar espaço no noticiário político.

Apenas se antagonizar ao presidente da República já não rende, sendo a recíproca verdadeira. Para Luiz Inácio da Silva também é ativo gasto. Por isso o ex-presidente resolveu fazer algo que é notícia pelo inusitado da coisa: afetar contrariedade com o governador que ajudou a eleger.

O ex-presidente Jair Bolsonaro fala com a imprensa ao sair da sede da Polícia Federal após prestar depoimento - Pedro Ladeira/Folhapress

Brigar com aliado chama mais atenção do que combater o adversário. Bolsonaro decidiu apostar alto quando disse que a relação com Tarcísio não "andava bem". Por quê? Relação civilizada com o governo federal, apoio à Reforma Tributária e atitudes não condizentes com o bolsonarismo-raiz.

Tarcísio faz gestos para adoçar a boca dos radicais como quando anistia multas da pandemia ou presta absurda homenagem a Erasmo Dias em obra pública.

Perfumarias insuficientes para aplacar a saudade que Bolsonaro tem da ribalta e por isso precisa criar caso, como criou com a ciência, com a China, com jornalistas, com o STF, com a legislação ambiental e com o próprio vice, Hamilton Mourão.

Por mais que Bolsonaro provoque em busca de reação, marcar posição na toada da extrema direita não interessa a Tarcísio, cujo plano é outro: entregar uma boa administração de São Paulo e se reeleger em 2026, a fim de concorrer em 2030 na defesa dos ideais da direita. Algo mais civilizado que os anseios saudosistas de um cacique anacrônico em busca da relevância perdida.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas