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Jornalista especializado no setor automotivo.

Aliança global entre Ford e Volkswagen existe há tempos

As duas montadoras desenvolvem estratégias convergentes há pelo menos dois anos

O Ford Ranger XLT modelo 2019, apresentado no Salão do Automóvel de Detroit - Rebecca Cook/REUTERS

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​A aliança global entre Ford e Volkswagen, notícia da semana na indústria, não começou a ser costurada em junho de 2018, mês em que a parceria foi confirmada. Nada no setor automotivo ocorre de uma hora para outra e, olhando para trás, é possível reconhecer os sinais de mudança.

Há exatamente um ano, a Ford relançou a picape Ranger nos Estados Unidos, utilitário que estava fora daquele mercado desde 2011. Três meses depois, a marca americana divulgou que pretendia encerrar as vendas de carros de passeio em seu país-sede.

Em paralelo a esses movimentos, a Volkswagen apresentou utilitários esportivos de diversos tamanhos e anunciou um investimento de US$ 50 bilhões (R$ 187,4 bilhões) para produzir veículos elétricos.

Ao revelar detalhes da aliança, os presidentes das montadoras confirmaram que os primeiros produtos feitos em conjunto serão as picapes Ranger e Amarok. A Ford cuidará do desenvolvimento —a marca americana é referência no mercado de utilitários.

Haverá também vans comerciais para a Europa, e mais uma vez a responsabilidade caberá aos engenheiros dos EUA.

Volkswagen Amarok V6 modelo 2018 - Divulgação

A empresa alemã entra com a versatilidade da plataforma modular MQB, que permite montar sobre a mesma base tanto um carro compacto como um utilitário esportivo grande —e tanto faz que sejam movidos a gasolina ou a eletricidade. A Ford não tem nada parecido em suas fábricas.

As novidades começam a chegar ao mercado em 2023. Esse é o período que a Ford terá para readequar sua linha de produtos mundo afora. Os carros de passeio que deixarão o mercado americano devem ser substituídos por utilitários esportivos derivados dos novos jipinhos e jipões que a Volks está lançando.

O passo seguinte da parceria envolverá veículos elétricos, mas pouco se falou do tema na apresentação feita pelas marcas em Detroit, na terça (15). Aí será a vez de os alemães assumirem o comando das ações.

Ao juntar as peças, conclui-se que Ford e Volkswagen desenvolvem estratégias convergentes há pelo menos dois anos. É a mesma sensação que temos ao assistir a um filme de suspense. Ao ver o desfecho da história e o flashback com as pistas, pensamos: "Como não percebi isso antes?".

 

Neste sábado (19), completam-se dois meses da prisão de Carlos Ghosn em Tóquio. O ex-presidente da montadora japonesa Nissan é acusado sob suspeita de má conduta financeira.

O futuro da aliança com a Renault segue incerto. A fábrica conjunta das empresas na Argentina, onde já é feita a picape Nissan Frontier, pode jamais produzir a Alaskan, modelo equivalente da Renault.

Enquanto isso, a Mercedes Classe X, terceira picape a ser montada em Córdoba, está atrasada. Antes prevista para julho, só deve estrear no fim do ano.

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