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Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro 2020

Garantia de bom espetáculo só mesmo com o Atlético-MG em campo

Nada a ver com o horror que Grêmio e Palmeiras fizeram no 1 a 1, com cara de 0 a 0

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Antes de começar o Covidão-20, em qualquer bolsa de apostas, Palmeiras e Grêmio apareciam como pretendentes ao título, não com a mesma força do Flamengo, mas estavam lá, assim como o Inter e, um pouco menos, o Atlético-MG, exclusivamente pela presença de Jorge Sampaoli.

É ainda muito cedo, nem um terço do campeonato transcorrido, para apontar o campeão, mas, certamente, o Galo ganha impulso, não apenas por liderar hoje, e por não ter nada mais a disputar se não o título que não vem desde 1971 —ano do primeiro Brasileirão para os que rejeitam o revisionismo histórico, coisa mais para os soviéticos que tentaram, oficialmente, tirar Leon Trótski da Revolução Russa, em vão.

Independentemente de ganhar, perder ou empatar, os jogos do alvinegro de Belo Horizonte têm sido garantia de bons espetáculos, de gols ou, ao menos, de busca de gols.

Nada a ver com o que Grêmio e Palmeiras fizeram no 1 a 1, com cara de 0 a 0, em Porto Alegre.

Um horror que valeu o sétimo empate gremista e o sexto palmeirense em dez jogos de cada um.

Uma falta a cada dois minutos, as ordens de Renato Portaluppi e de Vanderlei Luxemburgo não eram para seus jogadores buscarem o gol, mas o evitarem a qualquer custo.

Quando, quase como susto pelo achado, o do Palmeiras saiu, de Raphael Veiga, a providência foi botar um terceiro zagueiro para segurar a vantagem medíocre.

E veio o justo castigo dos deuses dos estádios, ofendidos com tanta ofensa à bola: escanteio gaúcho pela esquerda, todos aqueles pirulões na área e Ferreirinha, 1,75 m, subiu de cabeça para empatar.

Se ele fosse alto seria Ferreirão, e inha ou ão, fato é que ferrou com as pretensões do milionário alviverde em ficar a apenas um ponto do líder Galo, cujo canto está mais para tango que para samba, mas tango de Astor Piazzolla, moderno, envolvente, dinâmico.

Noite de Keno

Keno pôs o Galo na liderança do campeonato. Fez três dos quatro gols na vitória sobre o Atlético-GO por 4 a 3.

Keno parece gostar de jogar em Goiânia contra os atleticanos. Pelo Palmeiras, em 2017, deu os passes para os três gols na vitória por 3 a 1.

Quando finalmente os treinadores redescobriram a necessidade de jogar pelas pontas, e não apenas os laterais cumprem a função, e vemos o renascimento dos pontas abertos, rápidos e dribladores, Keno, pela esquerda, assim como Marinho, do Santos, pela direita, são essenciais.

Keno comemora gol do Atlético-MG sobre o Atlético-GO, no sábado (19), pelo Campeonato Brasileiro - Pedro Souza/Atlético-MG

Seria um sonho vê-los no mesmo ataque, principalmente se com um centroavante esperto para acompanhá-los.

Jorge Sampaoli sabe tanto disso que agora buscou Keno para o clube mineiro,como havia buscado Marinho, no ano passado, para o Santos.

“Bota ponta, Telê!”, apelava Jô Soares, em 1982.

Já Chico Buarque cantou um ataque com Mané Garrincha e Canhoteiro.

O futebol é mais simples do que parece e não precisa caprichar na terminologia para fazer o óbvio.

Jogar pelos lados, fugir do congestionamento pelo meio, sempre foi o meio mais fácil para destruir retrancas.

Amplitude é igual a alargar o campo, assim como quebrar as linhas soa como o velho um contra um, parecenças com a reforma ortográfica que tirou o acento do verbo parar só para complicar pontas como Keno quando ele para para driblar o zagueiro e fazer o gol ou o passe definitivo.

Difícil é fazer o fácil porque o óbvio só faz quem sabe, mesmo que não saiba por que faz.

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