Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant
Bolsonaro deve usar caso das joias como pretexto para adiar volta dos EUA
Aliados acreditam que, no Brasil, ex-presidente vira alvo fácil de opositores
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem sido aconselhado a adiar a volta dos Estados Unidos após a revelação da retenção pela Receita Federal de joias avaliadas em R$ 16 milhões.
Os acessórios seriam um presente do governo da Arábia Saudita à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.
Seus aliados defendem que é melhor aguardar os desdobramentos das investigações na PF (Polícia Federal), que deve ouvir o ex-ministro Bento Albuquerque e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, auxiliar próximo da família.
Caso retorne ao Brasil em março, como anunciado, será alvo fácil de opositores e integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A avaliação é de que as explicações dadas até o momento não foram suficientes para afastar o desgaste político do episódio.
O entorno do ex-presidente acredita, inclusive, que os fatos tenham sido revelados agora por motivação política. As informações vieram à tona às vésperas do encontro de Bolsonaro com o ex-presidente americano Donald Trump e do Dia Internacional da Mulher, quando Michelle poderia organizar alguma agenda de destaque.
Nesta segunda-feira (6), o ministro da Justiça, Flávio Dino, acionou a Polícia Federal para investigar a entrada das joias no Brasil.
Em ofício endereçado ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, Dino afirmou que as tentativas de entrada com os artigos de luxo sem declaração ao Fisco "podem configurar crimes contra a administração pública tipificados no Código Penal".
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