Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Lula deveria fazer pronunciamento na TV pela pacificação no país, diz Doria
Ex-governador afirma que tema da divisão no Brasil será discutido em evento do Lide
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Além das medidas que vem tomando para responder aos ataques de domingo em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria fazer um pronunciamento em rede nacional de televisão com uma mensagem pacificadora e de união do país. A opinião é do ex-governador de São Paulo João Doria.
"Eu recomendaria ao presidente Lula que convocasse um pronunciamento em rede nacional de televisão e passasse uma mensagem condenando os atos atentatórios à democracia e às instituições, mas fizesse uma sincera e expressiva manifestação de paz e entendimento no país, dirigindo essa mensagem a todos os brasileiros, os que votaram em Lula e os que votaram em Bolsonaro", afirma Doria, ao ser questionado sobre o caso.
Em sua fala após o início das depredações no domingo, Lula se referiu a Bolsonaro como genocida, responsabilizou o ex-presidente e os partidos que o suportam por incentivar os atos golpistas.
A divisão do país, tema que aflige o setor privado, como ficou demonstrado na onda de repúdio divulgada por representantes empresariais desde domingo, vai ser discutida no próximo seminário do Lide, segundo Doria, que convidou nomes como Luiza Trajano (Magalu), Abilio Diniz (Carrefour) e Luiz Carlos Trabuco (Bradesco) para o evento, em Lisboa, nos dias 3 e 4 de fevereiro.
Doria afirma que três ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski também são esperados no evento na capital portuguesa, mas o ex-governador diz achar improvável que se repita a confusão de manifestantes bolsonaristas como ocorreu na porta do último fórum do Lide com integrantes da corte, em Nova York, em novembro passado.
Na ocasião, havia a participação do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, investigado no inquérito das fake news, que está foragido nos Estados Unidos.
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix
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