Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.
Brasil joga mal, mas busca ataque e variações
Objetivo é ter time forte, ofensivo e com variações táticas quando chegar a Copa-2022
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
A seleção jogou mal contra a Venezuela e soma apenas sete boas atuações depois da Copa do Mundo, em 26 partidas disputadas. Verdade que foram catorze compromissos não oficiais, e o Brasil já encheu a paciência de ser campeão mundial de amistosos.
Tite prefere a estatística de seus jogos em competições. Desde que assumiu, em 2016, foram 27, com 21 vitórias e só uma derrota, 63 gols pró e 9 contra.
Não dá para dizer que o Brasil não é competitivo. Perdeu só da Bélgica...
O objetivo é ter um time forte, com variações táticas e busca pelo ataque quando chegar a Copa do Mundo de 2022.
A alternativa de soltar Renan Lodi como ponta esquerda e empurrar cinco homens como atacantes é boa. Tite se comporta exatamente igual a Jorge Sampaoli, nesse aspecto. Faz a saída com três homens atrás –às vezes só dois–, abre Gabriel Jesus na direita, Renan Lodi na esquerda e três homens centralizados.
É busca pelo ataque, puramente. Acontece que quando o adversário se fecha, muitas vezes fica muita gente num espaço muito curto. Aconteceu contra a Venezuela, que deixava seu último atacante, Rondón, na intermediária. Do jogador até o último zagueiro, eram 16 metros. Como o Brasil só deixava Thiago Silva, Marquinhos e Danilo na altura do grande círculo, ficavam espremidos nove venezuelanos e sete brasileiros, 16 jogadores em 16 metros. Um metrinho para cada um.
Se não houver triangulação e passes rápidos, dois toques no máximo, não adianta nem pensar que o drible resolverá, porque essa será a exceção.
Tentar o drible é necessário, mas forçá-lo contra três marcadores pode representar perda da bola e contra-ataque.
A Venezuela conseguiu bloquear o Brasil pelo segundo jogo seguido. Fez o mesmo na Fonte Nova, durante a Copa América, e arrancou um empate, na época sob o comando de Rafael Dudamel. O português José Peseiro repetiu a estratégia.
Claro que não foi boa a atuação do Brasil e não faz sentido sofrer duas vezes seguidas contra a Venezuela, oitava colocada nas Eliminatórias. A seleção venceu os três primeiros jogos e foi a única a conseguir isso, mas ganhou dos três últimos colocados.
A questão é encontrar alternativas. Não se nega que Tite busca isso. Jogou a Copa do Mundo num sistema, venceu a Copa América jogando de outro jeito, iniciou as eliminatórias com um terceiro esquema. Defensivamente é 4-1-4-1, mas com a bola as variações aumentam muito.
A busca agora precisa ser variar durante um mesmo jogo, quando tudo fica apertado. A tentativa de atrasar um pouco Renan Lodi e colocar Lucas Paquetá para melhorar o passe demorou e não parecia ajudar. Mas foi o passe de Paquetá que clareou a jogada do gol da vitória.
Contra o Uruguai, na terça-feira (17), a seleção terá o adversário mais difícil, com um ataque formado por Luis Suárez e Cavani, sem Valverde, cortado, e com Darwin Nuñez no banco, novo xodó de Jorge Jesus no Benfica. O clássico pode permitir mais espaço, mas também mais competitividade.
Tite sabe que o Brasil precisa mostrar mais qualidade, para de fato se ver a evolução. Para haver chance de pensar que se pode chegar ao Qatar com chance de título.
PALMEIRAS VOLTOU
São cinco pontos separando o líder Atlético-MG do sétimo colocado, o Grêmio. Em quinto, o Palmeiras voltou à briga. O maior crescimento é de Raphael Veiga, agora titular indiscutível e condutor do meio-de-campo. Abel Ferreira já busca variações.
O DUELO
Rogério Ceni nunca venceu o São Paulo nem Fernando Diniz. Isso não quer dizer nada. O que pode dizer é o fato de o São Paulo ver jogadores crescendo, como Sara e Brenner, enquanto o Flamengo tem seus melhores atletas longe da melhor condição física.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters