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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Com ou sem Neymar, Tite precisa construir uma equipe sólida

Camisa 10 do Brasil foi cortado por lesão, mas técnico tem de buscar uma solução

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As sete ausências de jogadores da seleção brasileira, antes do jogo contra a Venezuela, nesta sexta-feira (13), fazem o Brasil outra vez se ver às voltas com um time sem um craque extraordinário, ao tentar montar um time extraclasse.

Tite precisou abrir mão de Neymar, Coutinho, Casemiro, Fabinho, Militão e Rodrigo Caio. Horas antes do corte do camisa 10, na noite desta quinta (12), Gabriel Menino também foi desconvocado, em razão da Covid.

À parte os coadjuvantes, Neymar e Casemiro estão entre os craques acima da média em seus clubes europeus. Coutinho, não. Mas foi titular com Tite nas duas primeiras rodadas das Eliminatórias.

Toda vez que o Brasil joga sem Neymar, fica a impressão de uma seleção sem craques.Também se argumenta que este país do futebol só tem jogadores médios, até mesmo quando se aponta o número de brasileiros na Champions League.

A terceira rodada do torneio, disputada em 3 e 4 de novembro na Europa, teve 480 jogadores escalados, dos quais 51 franceses, 42 brasileiros, 31 espanhóis, 25 alemães e ingleses, 24 holandeses, 21 portugueses e italianos.

Mesmo sem nenhum time do Brasil na maior competições de clubes da Europa, há mais brasileiros do que qualquer outra nacionalidade, exceto a francesa.

Se o mundo procura tanto os jogadores com passaporte emitido em Brasília e chance de defender o time de Tite, não é possível que não se possa montar uma seleção forte sem Neymar, Coutinho e Casemiro.

O Brasil venceu a Copa América em 2019 sem Neymar. Daniel Alves foi o eleito o melhor do torneio e hoje nem sequer faz parte da convocação. Mesmo assim, a impressão é sempre de que nossa geração tem atletas medianos e nenhum supercraque, à exceção do camisa 10 do Paris Saint-Germain.

Pois olhe para os maiores times do mundo e hoje só se verá três seleções com atacantes e meio-campistas acima desses supostamente comuns. A Argentina tem Messi, Portugal tem Cristiano Ronaldo e a Bélgica tem De Bruyne. Ah, a Polônia tem Lewandowski, só não está entre as principais seleções do planeta.

O Brasil está.

Pense nos times. O Liverpool foi campeão da Europa com um meio-de-campo composto por Henderson, Wijnaldum e Fabinho. O egípcio Salah era o atacante mais perigoso, brilhante. Mas nunca esteve no nível de Cristiano, Messi, De Bruyne e Neymar.

O fim da era Real Madrid de Cristiano Ronaldo x Barcelona de Messi coincide com superequipes formadas sem astros inquestionáveis. O futebol é cada dia mais coletivo. Os últimos quatro campeões mundiais não tiveram o dono da equipe.

A Itália de Cannavaro, a Alemanha de Schweinsteiger e Neuer, a França de Mbappé e Griezmann... A Espanha tinha Xavi e Iniesta. Craques! Seu ataque foi o pior de um campeão em todos os tempos, o que indica que fez falta um gênio como Messi.

Os espanhóis montaram um time gigante pelo diferencial de seus meio-campistas. Porém, o timaço campeão mundial e bi da Europa existiu em função do conjunto.

O desafio de Tite não é montar uma seleção brilhante sem Neymar. É construir uma equipe sólida, em que os talentos individuais explodam em função do jogo coletivo.

Nesta sexta-feira, o Brasil enfrenta a Venezuela com sete titulares que fazem parte da lista de 42 brasileiros escalados na terceira rodada da Champions League. Na terça-feira (17), joga em Montevidéu contra o Uruguai.

Tem de ser possível construir um time capaz de brigar pelo título mundial com tantos jogadores escolhidos para atuar no maior torneio de clubes do mundo. Com ou sem Neymar.

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