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Formado em jornalismo, começou a escrever na Folha em 2001. Passou por diversas editorias no jornal e atualmente assina o blog Copo Cheio, sobre o cenário cervejeiro, e uma coluna em Esporte

Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro 2020

'Round 6' é café pequeno perto do 'Round 38' do Campeonato Brasileiro

Hernán Crespo e Felipão foram os últimos eliminados dessa produção futebolística nacional

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“Batatinha frita 1, 2, 3”. Quem está no planeta Terra já deve ter pelo menos ouvido falar de “Round 6”, série sul-coreana exibida na Netflix que tem batido recordes mundiais de audiência no streaming.

No programa, 456 jogadores precisam passar por seis jogos (seis rounds) que remetem a brincadeiras de criança, mas com uma diferença. Quem perder, é eliminado... de verdade. A sangria desatada já começa com o primeiro jogo, quando uma boneca gigante repete a frase “batatinha frita 1, 2, 3” e vira a cabeça. Quem se mexe, dança, resumidamente.

Parece aterrorizante, mas é café pequeno para quem acompanha o Campeonato Brasileiro. Aqui, sim, é tensão garantida no nosso “Round 38”. Funciona assim: pode cair o técnico que foi mal, que foi mais ou menos, que tiver pouco tempo para implantar a filosofia nova, que não quis manter a filosofia antiga, que não conseguiu treinar, que teve jogadores indisponíveis por contusão ou convocação, que o dirigente não foi com a cara, que foi malcriado em entrevista, que foi muito sensível em entrevista, que reclamou de salário, que irritou empresário… enfim, são vários os motivos que podem levar o treinador a perder a cabeça.

Hernán Crespo durante jogo do São Paulo - Alexandre Loureiro - 12.set.21/Reuters

São 38 episódios, de 900 minutos cada um, geralmente. A regra nem sempre é clara. Tem time que já brincou 26 vezes, outros, 23. Mas 15 treinadores das 20 equipes participantes já foram eliminados. Alberto Valentim foi defenestrado no episódio 1, pelo Cuiabá, e após um empate. Caiu invicto no campeonato. Uma mistura de drama, terror e comédia.

Dos últimos dois eliminados, deu até um pouco de pena. Luiz Felipe Scolari, veterano, já jogou e venceu mais de uma vez. Poderia estar aposentado, com seu polpudo prêmio em dinheiro. Mas não, viciado na adrenalina, quis brincar de novo. E foi eliminado do time do coração, o Grêmio, com direito a goleiro chorando no pós-jogo.

E Hernán Crespo? “Penso que vou ficar aqui 10 anos”, disse esses dias. Hermano ingênuo. E olha que ele tirou o São Paulo da fila de títulos –nessa hora Paulistinha também vale, claro. Era o mais elegante na beira do gramado, que garbo. Se esforçava para falar em português nas entrevistas, às vezes mais até do que quem fala português. Mas está há meses pagando a conta do esforço pelo título estadual, além de ter irritado empresário de jogador mimimi –não se pode aborrecer essa gente. Perdeu a cabeça “em comum acordo”. Aham.

E o “Round 38” ainda é mais aterrorizante porque o participante que morreu, pode voltar. Praticamente uma mistura de “Round 6” com “Invasão Zumbi”, outra produção sul-coreana de sucesso. Veja Rogério Ceni, morto pelo Flamengo no episódio 10, já ressuscitou e deu até treino na calada da noite, em plena quarta-feira, 13.

Apenas seis jogadores continuam brincando desde o episódio 1 da temporada atual: Abel Ferreira (Palmeiras), Cuca (Atlético-MG), Juan Pablo Vojvoda (Fortaleza), Maurício Barbieri (Bragantino), Sylvinho (Corinthians) e Marquinhos Santos (Juventude). Mas ainda dá tempo de mais eliminações.

Orgulho dos dirigentes do Juventude. Briga contra o rebaixamento desde nem sei quando, mas mantém Marquinhos Santos firme e forte (até a conclusão deste texto, pelo menos).

Maurício Barbieri é atualmente o mais longevo, seguido de perto por Abel Ferreira, mas ambos estão envolvidos em finais continentais. Se perderem… “batatinha assando 1, 2, 3”.

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