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Comentarista e ex-jogador. É autor, com Gilvan Ribeiro, de "Casagrande e seus Demônios", "Sócrates e Casagrande - Uma História de Amor" e "Travessia"

Descrição de chapéu Congresso Nacional

Um país indígena precisa de indígenas no poder

Na eleição mais importante da história, é preciso olhar por aqueles que nunca tiveram a escolha de se retirar da luta

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Neste domingo (2), nós sairemos de casa para votar.

Isso mesmo: é a eleição mais importante, mas também a mais perigosa e –possivelmente– a mais violenta da história do nosso Brasil.

Vamos votar contra as armas nas ruas, contra o racismo, a homofobia, o machismo, a violência que vitima mulheres, contra todas as questões ruins que temos na nossa sociedade, mas que se acentuaram com esse desgoverno covarde.

Prédio do Congresso Nacional - Antonio Molina/Folhapress

Precisamos pensar no nosso futuro, no futuro dos nossos filhos, netos e no de todos que habitarão este planeta.

Precisamos votar pela proteção dos povos indígenas, contra o desmatamento da Amazônia, contra o tráfico ilegal de madeira, assim como também contra o garimpo desleal e predatório.

Neste texto, quero apresentar a importância de termos representantes dos povos originários traçando políticas fundamentais para os nossos estados e também para o nosso país.

Célia Xakriabá pode ser a primeira indígena deputada federal pelo estado de Minas Gerais a compor a bancada do cocar.

Chegou a hora de falarmos de um tema que está atrasado ao menos em 500 anos. Como diz Célia, que é uma liderança indígena de Minas, antes do Brasil da Coroa, temos o Brasil do Cocar.

Pautar os direitos dos povos indígenas, a sua defesa incansável ao meio ambiente e as candidaturas colocadas nesse pleito são tema número um nessas eleições para o legislativo.

Foram os povos indígenas que se colocaram, em muitos momentos, à frente da luta contra o atual governo, contra a destruição das nossas florestas. Foram eles que lutaram para impedir mais devastação. E agora chegamos à véspera de uma eleição em que temos um recorde de candidaturas indígenas.

Para mim, isso demonstra não só a força dessas lideranças que se colocam como candidatas mas também a urgência em falarmos da ausência desses povos na política brasileira. Na política de um país que é indígena.

E ainda mais importante é perceber que a maioria dessas candidaturas é de mulheres. Célia Xakriabá, candidata a deputada estadual pelo PSOL em Minas Gerais, sempre fala em "mulherizar" a política, em combater a mineração com "mulheração". Sempre reforça que a bancada do cocar foi uma iniciativa das mulheres indígenas no último Acampamento Terra Livre, em abril deste ano.

A candidatura de Célia, assim como as de Sônia Guajajara, Joênia Wapichana, Shirley Krenac e tantas outras que são ou foram postulantes a cargos eletivos é esperança de que ainda será possível preservar o que resta da nossa humanidade. Elas falam em racismo da ausência, e eu falo agora em um compromisso com o planeta e com a reparação histórica dos povos indígenas.

É, sim, sobre representatividade, mas mais do que isso: sobre eleger candidatas comprometidas, preparadas e que nunca tiveram a escolha de se retirar da luta.

Essas são as eleições de nossas vidas. Célia Xakriabá nos lembra de que faltam cinco minutos para salvar o planeta, mas ainda dá tempo. E só dará tempo se nós todos nos empenharmos para eleger essas candidatas e concretizar o sonho da bancada do cocar.

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