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Comentarista e ex-jogador. É autor, com Gilvan Ribeiro, de "Casagrande e seus Demônios", "Sócrates e Casagrande - Uma História de Amor" e "Travessia"

O criminoso ex-jogador e o desprezível ex-piloto

Em meio a atos golpistas, duas figuras do esporte brasileiro mostram ainda mais a que vieram

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Os atos golpistas fizeram dos últimos dias uma semana difícil, com cenas patéticas, mas também tristes. A única vantagem foi ver a máscara de muita gente caindo e expondo quem é quem nesse jogo.

Não estavam nem aí com crianças ou com idosos, que ficaram presos por horas, sem água e sem comida.

Zero preocupação. Empatia nenhuma com as pessoas doentes, inclusive uma senhora perdeu o seu exame médico referente a um câncer, o que normalmente se agenda com muita antecedência. Mas para essa gente, tudo se resume ao "e daí?".

Manifestantes a favor do presidente Jair Bolsonaro e contra a eleição do presidente eleito Lula protestam na praça Duque de Caxias, no centro do Rio de Janeiro - Eduardo Anizelli - 2.nov.22/Folhapress

Nesse cenário de horrores, vale a pena destacar dois personagens nefastos do nosso esporte.

Começando pelo fugitivo condenado a nove anos de prisão pela Justiça italiana, por estupro. É claro que estou falando do criminoso Robinho.

Esse já está acostumado a dar golpes, porque já está dando um na Justiça da Itália.

Um ser covarde, inescrupuloso, que tem a cara-de-pau de passear pela praia sorrindo, como se nada tivesse acontecido. E ainda se dá ao direito de participar de manifestações antidemocráticas.

É óbvio que este já está torcendo para que o golpe aconteça, só para fugir da prisão. Apesar do Brasil ter negado a sua extradição, o que está na lei, a Justiça italiana irá pedir para que ele cumpra a sua pena por aqui.

Deve estar recorrendo ao mesmo Cristo (que não é mesmo Jesus que foi crucificado, porque aquele não mente, não cometia crimes e não dava golpes) dessa gente para ajudá-lo a não pagar pelo crime que cometeu.

Esse ex-jogador mostra todo o seu mau-caratismo, descaso e desrespeito com todas as mulheres, principalmente as vítimas de abuso sexual e moral.

O estuprador tem que cumprir sua sentença, e não tenho dúvida de que isso acontecerá. Esse é o grande motivo de seu apoio a Jair Bolsonaro, reforçado pelo incentivo a um golpe de estado. É a única saída dele.

Outro esportista já é uma figura conhecida pela arrogância e prepotência. Estou falando de Nelson Piquet, que, com essa atitude, só reforça o quanto ele considerou normal a desonestidade de seu filho na Fórmula 1, quando Nelsinho deu um golpe nas pistas, que culminou com a sua expulsão do circuito.

São duas figuras que enojam o esporte brasileiro.

Em contrapartida, temos Ayrton Senna e Ronaldo Fenômeno, sem contar com Pelé, que o mundo reverencia, Sócrates, Tostão, Isabel, Guga, enfim, uma grande maioria de ex-esportistas que deixou a sua marca na história de maneira honrosa.

O caso de Nelson Piquet é muito mais grave, por ter trazido à tona uma fala que deve ser investigada com rigor: ele afirmou que o lugar do presidente Lula, que venceu as eleições democraticamente, no voto, é "no cemitério".

E não adianta o desprezível Piquet dizer que usou de sua liberdade de expressão, porque ameaças a um presidente não fazem parte de nenhum direito de qualquer cidadão.

Falar que alguém, principalmente um presidente, merece estar no cemitério, não é, nunca foi nem nunca será liberdade de expressão, mas sim uma fala golpista e ameaçadora gravíssima.

Os bloqueios acabaram, mas as investigações sobre esses atos antidemocráticos estão só começando. Já é hora de essa turma entender que aquele negócio de engavetar denúncias e decretar sigilos de um século, à moda do Jair, já era.

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