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Coluna assinada por Walter Porto, editor de Livros.

Papel caro obriga editoras a aumentar preço de livros e rever fila de lançamentos

Mercado teme que reajuste afaste leitores num momento delicado de reabertura após pandemia

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A disparada do custo do papel desde a virada do ano obrigou editoras a reavaliar planos e reajustar preços de capa —ainda que todas as casas consultadas reiterem que evitam encarecer seus livros para não afugentar leitores num momento delicado.

Pátio da gráfica Congraf; preço do papel tem disparado e obrigado editoras a rever seus planos - Eduardo Knapp/Folhapress

O grupo Record, que por ter porte massivo compra papel direto da fábrica, observou um aumento de até 50% este ano e está tendo dificuldade de encontrar certos tipos de insumos —como o papel couché e o cartão, usado tanto para capas de livros como para embalagens de delivery, por exemplo.

Quem conta é a presidente do grupo, Sônia Jardim, que ressalta buscar alternativas para repassar o mínimo de preço ao consumidor.

"O crescimento da leitura na pandemia permitiu aumentar as tiragens, o que absorve parte do aumento dos insumos. A pergunta de um milhão de dólares é até que ponto a flexibilização da quarentena agora vai impactar isso. Se a demanda se mantiver aquecida, as tiragens se mantêm, o que ajuda o preço do livro."

Em bom português, é preciso que os leitores continuem comprando. Jardim afirma que, por ora, o aumento de custos não afetou a fila de lançamentos e reimpressões na Record, o que não é verdade na Dublinense, editora tocada por Gustavo Faraon. Ele havia planejado uma grade de 16 novos livros para este ano e agora prevê no máximo 12.

Mas Faraon diz não ter subido preços, porque "a população está com a grana muito curta". "Por mais que os livros cubram seus custos hoje com margem muito baixa, não dá para ir além. O cobertor está curto, mas não vejo saída."

Maíra Nassif, da Relicário, afirma que conseguiu reequilibrar as contas reajustando os títulos da casa em cerca de 10% —segundo ela, estavam defasados no mercado— e renegociando com gráficas "um pacotão de impressão, em vez de ir pedindo livro a livro", o que reduz o orçamento total.

Na Todavia, os lançamentos não foram afetados, ainda que uma ou outra tiragem tenha diminuído e parte dos custos tenha se transferido para os preços. "Houve um aumento do custo de vida, o que suspeitamos que impacta o consumo de livros", afirma o diretor comercial Marcelo Levy. "Tudo o que a gente não quer é uma volta da inflação alta."

ELA MESMA... O ano vai ser bom para quem ama Virginia Woolf. A Nós, que vem editando os diários da escritora, começa a publicar sua ficção no próximo dia 15, quando se comemora o Dalloway Day —e o livro de estreia traz justamente o conto "Mrs. Dalloway em Bond Street", escrito cem anos atrás. A proposta da editora é publicar, em pequenos volumes, mais seis contos escritos em torno da feitura de "Mrs. Dalloway". Em 2025, planeja editar o próprio romance, lançado originalmente em 1925.

...COMPRARÁ AS LUVAS A biografia "Virginia", da francesa Emmanuelle Favier, também sai pela Nós em junho —e como esta coluna noticiou, a primeira biografia ilustrada da escritora sai pela Quadrinhos na Cia em 2023. De quebra, a editora 34 vai relançar o volume com os contos completos de Woolf, antes editado pela Cosac Naify, com novo prefácio do tradutor Leonardo Fróes.

PARA GOSTAR DE LER A rede de livrarias Curitiba, que já conta 26 lojas entre Paraná, Santa Catarina e São Paulo, está lançando um clube de assinatura voltado a crianças. O projeto Hora do Conto em Casa vai enviar mensalmente à casa dos assinantes um livro infantil, uma atividade educativa e um guia para pais que querem incentivar a leitura.

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