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Mortes disparam na Itália, e Alemanha fecha fronteiras

Continente europeu já tem 100 milhões de pessoas em quarentena em casa

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Milão

Com mais de 2.200 mortes causadas pelo novo coronavírus, os países da Europa ampliaram neste final de semana as medidas que restringem a circulação de pessoas, na tentativa de conter a difusão do patógeno. Já são mais de 100 milhões de cidadãos em regime de quarentena, só autorizados a sair de casa por motivo de saúde ou trabalho.

Outros países, como Alemanha e Polônia, decidiram fechar fronteiras. Na sexta-feira, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou que todo o continente é considerado o novo epicentro da epidemia, uma vez que a situação na China parece controlada.

País mais atingido pela Covid-19, a Itália viu o número de mortes crescer 25% de um dia para o outro, saltando para 1.809 no total desde o início da crise, há menos de um mês. Mais de 24 mil já foram contaminados.

Mesmo após a adoção gradual de quarentena, impedindo 60 milhões de sair de casa sem justificativa, o vírus começa a se espalhar para o centro e o sul, onde o sistema de saúde é mais frágil. Em um só dia, o Lazio, onde está Roma, teve 79 novos casos, que também cresceram na Campania (61 novos casos) e na Puglia (64 novos casos).

Um pacote de medidas emergenciais estava sendo finalizado na noite de domingo (15) pelo governo italiano, com o objetivo de socorrer empresas, famílias e trabalhadores e impedir o colapso de hospitais e equipes médicas. O anúncio está previsto para a manhã desta segunda.

Chamado de Cura Itália, o decreto, considerado sem precedentes, deve liberar mais de 20 bilhões de euros em benefícios sociais e incentivos fiscais e anunciar uma série de medidas, como a flexibilização de regras para a fabricação de máscaras de proteção e a possibilidade de as autoridades municipais utilizarem a rede hoteleira para montar hospitais provisórios.

Em uma escalada expressiva, a Espanha mais que dobrou o número de mortos em um só dia, passando de 136 para 294 no total, e é o segundo país europeu mais afetado.

Diferentemente da Itália, onde os focos de contaminação estão contidos em cidades de médio porte –Bérgamo, a mais atingida, com 3.400 infectados, tem cerca de 120 mil habitantes–, a concentração de casos na Espanha está em Madri, onde vivem mais de 6 milhões. Mais de 70% das mortes pelo coronavírus ocorreram na capital.

Para tentar frear o número de contágios, o governo espanhol, assim como o italiano, ordenou a quarentena no sábado (14) para toda a população, de cerca de 47 milhões de pessoas. O controle da circulação será feito com a ajuda do Exército, que está autorizado a dar ordens aos civis, sob pena de crime de resistência à autoridade.

Terceiro país da Europa em número de casos confirmados, a Alemanha decidiu fechar suas fronteiras com França, Áustria, Luxemburgo, Dinamarca e Suíça a partir desta segunda-feira.

“Para pessoas sem justificativa válida para viajar, a regra é que não podem mais passar”, anunciou Horst Seehofer, ministro do Interior. O trânsito de mercadorias, trabalhadores pendulares e residentes voltando para a casa está autorizado. O país registra mais de 5.000 casos, com 12 mortes.

A Polônia já havia decidido impedir a entrada de estrangeiros em seu território no sábado, além de impor quarentena a residentes que retornarem ao país. Já a Áustria adotou o modelo italiano, com fechamento até de lojas, parques e restaurantes e proibição de reunião de mais de cinco pessoas.

A França, com mais de 5.400 casos e 127 mortes, quarto europeu mais afetado, tem adotado medidas progressivas. Antes de impor quarentena, o governo vetou o funcionamento de restaurantes, cafés, cinemas e atividades comerciais não essenciais. As eleições municipais foram mantidas no domingo e registraram abstenção recorde.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou no domingo que as exportações de máscaras feitas pelos países membros estão limitadas, para que o material fique no continente.

No Reino Unido, onde 35 morreram, ainda nenhuma restrição foi anunciada. O primeiro-ministro Boris Johnson anunciou que só pacientes em estado grave serão testados e que aqueles que tiverem sintomas devem se autoisolar por uma semana, sem necessidade de avisar autoridades. Está em estudo a quarentena para maiores de 70 anos, mas a medida ainda não foi confirmada.

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