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Com Libertadores, Bernabéu fecha o ciclo das principais finais do futebol

Estádio será o único a ter recebido decisões da Champions League e do torneio sul-americano

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São Paulo

A escolha de Madri para a final da Libertadores vai dar ao Santiago Bernabéu uma situação única. Ser o único estádio a ter recebido as principais decisões do futebol internacional. Além do torneio sul-americano, foi sede da Champions League quatro vezes (1957, 1969, 1980 e 2010), Eurocopa (1964) e Copa do Mundo (1982).

Cachecol com os nomes dos finalistas da Libertadores é pendurado em frente ao estádio Santiago Bernabéu, em Madri - Gabriel Bouys/AFP

Para receber o confronto entre River Plate e Boca Juniors neste domingo (9), às 17h30 (de Brasília), o Real Madrid, dono do estádio, vai embolsar US$ 2,5 milhões (cerca de R$ 10 milhões).

Com o patrocínio do governo do Qatar, a ideia era fazer a partida em Paris, no estádio Parque dos Príncipes, do PSG. O clube pertence a empresa ligada à família real do país árabe. 

O presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, pediu que os qataris mantivessem o patrocínio (apenas na premiação dos dois times serão US$ 7 milhões, cerca de R$ 28 milhões), mas que o jogo acontecesse em Madri.

A cidade concentra cerca de 20 mil argentinos. A Espanha é o país com o maior número de imigrantes da nação sul-americana. São cerca de 200 mil.

Com capacidade para 81 mil pessoas, o Bernabéu é o maior estádio da capital espanhola, cidade que também receberá a final da Champions League desta temporada. A partida, em maio de 2019, será no estádio Metropolitano, do Atlético de Madri.

“Não acredito que a Libertadores perderá sua essência por jogar em Madri”, disse o presidente Alejandro Domínguez, que negociou com o mandatário do Real, Florentino Pérez, a liberação do estádio para a Libertadores.

A escolha gerou revolta na Argentina. Torcedores do River Plate, que deveria abrigar a final no Monumental de Nuñez, saíram às ruas para protestar. Os memes na internet ironizavam que uma competição chamada Libertadores da América seja decidida no país que colonizou quase todo o continente.

A preocupação das autoridades é a questão da segurança. O jogo, marcado para o último dia 24, em Buenos Aires, foi adiado por causa do ataque de torcedores do River ao ônibus que levava o Boca para o estádio. As janelas foram quebradas por janelas e pedras atiradas. O volante Pablo Pérez se feriu e teve de ser hospitalizado. Outros jogadores passaram mal por causa do gás de pimenta atirado na rua e entrou no veículo.

A prefeitura de Madri pretende separar os torcedores das equipes em duas fan zones a dois quilômetros de distância uma da outra. O policiamento superará os dois mil oficiais usados nos clássicos entre Real e Barcelona.

Apesar da proibição para ver jogos na Argentina, barras bravas de Boca e River viajaram a Madri. Entre eles deveria estar, Rafael Di Zeo, um dos líderes da 12, a maior organizada do Boca Juniors e a mais conhecida da Argentina. Ele desistiu pouco antes do embarque por medo de ser deportado.

Não está claro se os barras poderão entrar no estádio ou se serão barrados. A preocupação no Real Madrid é evitar que a primeira final de Libertadores no Santiago Bernabéu seja manchada por atos de violência. Como as duas torcidas terão acesso às arquibancadas (algo que não acontece na Argentina), os portões do estádio serão abertos 90 minutos antes do início da final.

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