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Neymar é cobrado por patrocinadores após acusação de abuso sexual

Empresas questionam auxiliares do atleta, que fatura R$ 100 mi com marcas

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São Paulo e Teresópolis

Acusado de estupro e investigado por crime de informática ao divulgar vídeos e fotos íntimas de uma mulher nas redes sociais, Neymar, 27, sofre pressão dos patrocinadores, que temem abalo na imagem do jogador (veja o que se sabe sobre as investigações). Na última temporada, o atleta recebeu em torno de R$ 100 milhões em patrocínios pessoais.

Ao menos quatro das dez marcas já demonstraram incômodo com o caso. A Folha apurou que Red Bull e EA Sports cobraram os responsáveis pela carreira do atleta desde que a acusação se tornou pública.

Questionada pela Folha, a Red Bull afirmou que “é de responsabilidade das autoridades públicas determinar os fatos reais por trás desta séria alegação”. A empresa patrocina o jogador desde 2010.

 

Parceira de Neymar desde que ele tinha 13 anos, a Nike disse estar “profundamente preocupada” com as acusações. “Seguimos acompanhando de perto a situação.”

Procurada, a EA Sports não respondeu. Outra marca que se posicionou foi a Mastercard. “Estamos cientes e preocupados com as sérias alegações. Continuaremos acompanhando”, disse a empresa.

Neymar sofreu uma perda recente em seus principais patrocinadores. A Gillette não renovou o contrato em 2019.

“Neymar Jr. não é mais patrocinado de Gillette e, portanto, quaisquer comentários seriam inapropriados. O fim do contrato antecede a esse episódio”, informou.

Em maio, Neymar agrediu um torcedor após derrota do PSG para o Rennes, na final da Copa da França. O atacante foi suspenso por três jogos. Depois do caso, ele deixou de ser capitão da seleção brasileira. 

O contrato com a Gillette previa US$ 7,1 milhões (R$ 25 milhões) ao atleta por dois anos, além de US$ 250 mil (R$ 930 mil) por hora extra em evento e US$ 500 mil (R$ 1,86 milhão) por diária extra de gravação não prevista em contrato.

Em seu site oficial, porém, Neymar ainda anuncia a Gillette como sua parceira. Procurada, a assessoria do atleta não respondeu à Folha

Para Fred Lucio, professor do curso de Publicidade e Propaganda da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), as marcas precisam participar mais ativamente do gerenciamento de imagem de atletas patrocinados por elas.


“Eles devem ser responsáveis com todo o processo. As empresas também têm de ter responsabilidade na orientação desses jogadores a como se portar com relação aos fãs.”

Neymar está sendo acusado de agredir sexualmente uma brasileira em Paris, em 15 de maio. Ela registrou um boletim de ocorrência no bairro de Santo Amaro, em São Paulo, na última sexta (31).

Segundo a denúncia, ele conheceu a mulher pela internet e pagou passagens e hospedagem para ela em Paris, onde o suposto crime teria ocorrido.

Para se defender, o jogador postou um vídeo no Instagram com fotos, vídeos e conversas íntimas com a mulher. O fato chamou a atenção da Polícia Civil, que o intimou a prestar depoimento para investigar crime de informática.

Neymar durante treino da seleção brasileira na Granja Comary, em Teresópolis - Mauro Pimentel/AFP

Tatiana Amêndola Sanches, professora de Cultura e Sociedade do Consumo e de Tendências de Mercado da ESPM, crê que Neymar pode ter saído fortalecido após o vídeo.

“A gente, infelizmente, vive em uma sociedade que valoriza coisas mostradas no vídeo. O poder que um homem como ele exerce, a sedução, a mulher chamando ele de ‘razão da minha libido’. Tenho minhas dúvidas se aquilo piorou a imagem dele ou não”, diz.

Em seu site, Neymar também mostra Gaga Milano, Replay, TCL, QNB, DAZN e Handicap Internacional como patrocinadoras. Todas foram procuradas pela Folha, mas não se pronunciaram.

 
O jogador já chegou a ter pelo menos 25 patrocinadores ao longo da carreira. Os acordos foram feitos pelo pai do atleta, sócio da NR Sport, empresa que toma conta do lado comercial de Neymar.

Enquanto o atacante defendia o Barcelona, o valor cobrado normalmente por seus representantes era de R$ 3,5 milhões para um contrato no Brasil e € 3,5 milhões (R$ 13 milhões) por ano em nível global.

O caso do atacante do PSG remete a outros escândalos recentes envolvendo grandes atletas e seus patrocinadores —o mais célebre, o do golfista americano Tiger Woods.

Em 2009, Woods ganhou as manchetes após casos de adultério cometidos durante o casamento com a sueca Elin Nordegren. Depois que o caso estourou, diversas mulheres afirmaram ter mantido relações sexuais com ele, que reconheceu ser “viciado em sexo”.

Woods perdeu os patrocínios de Gillette, Gatorade, AT&T e Accenture. A Nike manteve a parceria com Woods, campeão do Masters em Augusta (EUA) neste ano após 11 temporadas do seu último título.

Outro jogador que se viu em meio a um escândalo sexual recentemente foi o português Cristiano Ronaldo, atacante da Juventus. Ele foi acusado pela americana Kathryn Mayorga de tê-la estuprado em um quarto de hotel em Las Vegas, em 2009. A polícia metropolitana de Las Vegas reabriu no fim do ano passado a investigação.

Após o caso, Ronaldo foi retirado da capa do game Fifa 19. No lugar do português, entraram o argentino Dybala, o belga De Bruyne e Neymar.

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