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Concerto virtual com Maria Bethânia celebra centenário de Clarice Lispector

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Tony Goes

São Paulo

Clarice Lispector completaria cem anos no próximo dia 10. O show "Agora Clarice" antecipa a comemoração da data, com Beatriz Azevedo e Moreno Veloso se apresentando acompanhados por Jaques Morelenbaum no violoncelo e Marcelo Costa na percussão.

Maria Bethânia faz uma participação especial lendo textos de Lispector —a primeira aparição pública da cantora desde o início da pandemia, já que ela não fez nenhuma live.

O concerto também marca a inauguração da biblioteca Clarice 100 Years na Universidade Princeton e a estreia da canção inédita “Amar Não Acaba”, inspirada pela obra da escritora.

O auge como escritora seria visto em romances --como sua estreia, "Perto do Coração Selvagem" (1944), ou o célebre "A Hora da Estrela". A foto acima foi usada no livro "Eu sou uma Pergunta - Uma Biografia de Clarice Lispector", de Teresa Monteiro. Divulgação/

"Perto do Coração Selvagem" foi publicado em 1943, quando Clarice tinha 23 anos de idade. Foi neste mesmo ano que ela se casou com o diplomata Maury Gurgel Valente e começou, no ano seguinte, a viver em diferentes lugares, como Belém, Lisboa, Roma, Florença e Paris, entre outros. Arquivo da Fundação Casa de Rui Barbosa/

A escritora morreu um dia antes de completar 57 anos, vitimada por um câncer. A Folha de 12 de dezembro de 1977 trazia o seguinte relato: "duzentas pessoas compareceram ao enterro da escritora no Cemitério Comunal Israelita, no Caju (Rio). Seu corpo, velado desde sexta-feira, foi colocado no túmulo 123, da fila G. Arquivo Lêdo Ivo/Acervo Instituto Moreira Salles/

Ela é Haia, ou Clarice Lispector, nome adquirido no Brasil. A autora nasceu em Tchechelnik, na Ucrânia, mas logo se mudou para o Nordeste e depois para o Rio de Janeiro, onde criou grande parte de sua produção literária e jornalística. Além de escrever romance, publicava uma coluna chamada "Só para Mulheres", sobre culinária e etiqueta. Divulgação/

De volta ao Brasil, separada do marido, Clarice autografava livros e já tinha o nome conhecido não apenas no país. Quando o primeiro livro da estudante de origem imigrante pobre foi lançado, um jornalista escreveu: "Não temos registro de uma estreia mais sensacional, que tenha elevado a tão grande destaque um nome que, até pouco antes, era completamente desconhecido". Acervo UH - jul.61/Folhapress/

O relato do jornal diz ainda que o caixão, fechado e coberto apenas por um manto negro com uma estrela de David, foi visitado pelos escritores Rubem Braga, Fernando Sabino, Nélida Piñon e José Rubem Fonseca, além do embaixador Vasco Leitão da Cunha. Acervo UH - jul.60/Folhapress/

Seu estranho nome estrangeiro se tornou tema de especulação. Um crítico imaginou que pudesse ser pseudônimo e outros imaginavam se ela não seria, na verdade, um homem. E o misticismo ao redor de Clarice se difundiu ainda mais após a sua morte . Reprodução de Cadernos de Literatura Brasileira/

O excesso de peso, cuidados com o cabelo e com a pele faziam parte da temática da coluna "Só para Mulheres", embora ela mesma não se saísse muito bem no trabalho doméstico. Nesta imagem, ela aparece em Berna, na Suíça. Divulgação/

Nos Estados Unidos e na Europa, novas traduções de seus livros vêm despertando a atenção de críticos e leitores. Na forma de "The Complete Stories" (ed. New Directions), a coletânea de contos da escritora figura na lista dos 100 melhores livros do ano do jornal americano "The New York Times". 1954/Divulgação/

Hoje, na internet, Clarice adquiriu um corpo paralelo póstumo, com frases, textos e imagens de atrizes atribuídas a ela. Circula nas redes sociais, sobretudo, toda uma obra fantasma, em geral "profunda" e respirando paixão, além de textos supostamente inéditos que não são da autora. Arquivo Pessoal de Paulo Gurgel Valente/

Mesmo popular, quando estava no Rio de Janeiro, na década de 1960, a autora conseguia um tempo para ir à praia com os filhos Pedro e Paulo, frutos de seu casamento com Maury Gurgel Valente. Reprodução/

Na fotografia tirada em Paris, na década de 1940, Clarice aparece ao lado de Apolônio de Carvalho (centro), Samuel Wainer (segundo à dir.), seu cunhado Daniel (primeiro à dir.). 1940/Reprodução/

Essa garotinha à direita é uma famosa escritora, reconhecida em diversos países e que, se não tivesse morrido em 1970. Na foto, ela está ao lado das irmãs Tania e Elisa. Arquivo Pessoal/

Canal Brazil LAB no YouTube, 19h

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