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Descrição de chapéu Artes Cênicas

Peça 'A Divina Farsa' põe deuses gregos num circo para debater amor livre

Companhia LaMínima, fundada por Domingos Montagner e Fernando Sampaio, satiriza teatro clássico com atores palhaços

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São Paulo

A farsa é um gênero teatral cômico que surgiu na Grécia Antiga e atingiu o auge da popularidade na Idade Média, quando foi encenada em diversos países da Europa. No Renascimento, foi tida como uma forma de arte vulgar, pelo uso excessivo de palavrões e escatologia. A farsa satiriza temas da vida cotidiana, subvertendo as regras da tragédia clássica, com poucos e caricatos personagens.

Cenas da peça 'A Divina Farsa', da Companhia LaMínima - Divulgação

Em cartaz no Itaú Cultural, a peça "A Divina Farsa", da Companhia LaMínima, resgata a comicidade do gênero, contrapondo o humor às características dos deuses da mitologia grega. O texto de Newton Moreno e Alessandro Toller conta a história de Dioniso, filho bastardo de Zeus e deus do teatro, vivido por Alexandre Roit, que luta para ter um lugar no Olimpo, como as demais divindades.

Quando enfim é aceito pelos seus pares, Dioniso é informado de uma nova deliberação dos deuses. Ao lado de Apolo, personagem de Fernando Sampaio, ele deveria descer à Terra para salvar a humanidade em crise. A dupla cai no Gran Circo Olimpo, onde convivem com mortais, experimentando dilemas existenciais bem terrenos.

"A mitologia tem histórias muito cruéis, mas é um território vasto e indeterminado, de modo que brincamos com os deuses de acordo com a nossa imaginação", diz Sandra Corveloni, a diretora da peça.

Um circo à beira da falência de repente aparece no cenário, simbolizando as dificuldades enfrentadas pelos artistas nos últimos anos, com a extinção do ministério da Cultura e o isolamento pandêmico. Entre os mortais, Apolo e Dioniso logo estranham a monogamia, um dos principais obstáculos enfrentados pelos deuses polígamos.

"Zeus tinha um apetite sexual infinito, ele pegava geral mesmo, então o texto provoca essa discussão sobre o amor livre, que está tão em alta no momento", afirma Corveloni. "A Divina Farsa" sucede "Ordinários", de 2018, uma história de três soldados que se descobrem despreparados para a guerra.

Em ambas as peças, a LaMínima se valeu da linguagem híbrida que a notabilizou em 25 anos de existência. Fundada por Fernando Sampaio e Domingos Montagner, morto em 2016 afogado no rio São Francisco, a LaMínima começou como uma dupla de palhaços que levou o circo para as ruas.

Com o passar do tempo, o humor e os números circenses se uniram à música e ao balé, para a criação de 16 espetáculos, a maioria deles guiados por uma linha narrativa própria do teatro de prosa.

"Domingos está em tudo, ele era brincalhão e responsável, por isso o riso que provocamos na peça nos faz pensar em alguma coisa", diz Corveloni. "Rimos pelo que os artistas são capazes de criar fisicamente, musicalmente e vocalmente."

A Divina Farsa

Avaliação:
  • Quando: Até 26/02; qua. a sáb.20h; dom. 19h
  • Onde: Itaú Cultural - av. Paulista 149
  • Preço: Grátis
  • Classificação: 14 anos
  • Autor: Newton Moreno e Alessandro Toller
  • Elenco: Marina Esteves, Mônica Augusto, Rebeca Jamir, Alexandre Roit, Fernando Paz, Fernando Sampaio, Filipe Bregantim
  • Direção: Sandra Corveloni
  • Acessibilidade
    • Intérprete de Libras

      Há profissional que interpreta o conteúdo sonoro para pessoas com deficiência auditiva

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