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Stellantis negocia com Vale para investir em fundição de níquel na Indonésia

Acordo é crucial para o país que é maior produtor mundial do mineral essencial para carros elétricos

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A. Anantha Lakshmi Harry Dempsey
Jakarta e Londres | Financial Times

A Stellantis está em negociações com a Vale e a Huayou Cobalt, da China, para investir em uma fundição de níquel na Indonésia e garantir suprimentos do metal essencial para seus planos de expansão de veículos elétricos. O acordo, se finalizado, traria um investidor ocidental incomum para a indústria de níquel da Indonésia.

A proprietária das marcas Peugeot, Fiat e Jeep, está em discussões com a Vale Indonésia para investir em uma planta de lixiviação ácida de alta pressão, que converte minério de níquel de baixo teor em material de grau superior adequado para baterias, disseram três pessoas familiarizadas com assunto.

A Huayou, uma das principais produtoras mundiais de níquel e cobalto, terá uma participação no projeto ao lado da Stellantis e Vale, sendo que o tamanho do investimento das empresas ainda não foi determinado, disseram.

Forja de níquel em Celebes, Indonésia - REUTERS/Ajeng Dinar Ulfiana

O investimento da Stellantis seria uma conquista crucial para Indonésia, que tem tentado atrair montadoras ocidentais para sua indústria de níquel. Até agora, o setor doméstico tem sido dominado por empresas chinesas, que investiram bilhões de dólares para processar o metal usado em aço inoxidável e baterias de veículos elétricos.

Para a Stellantis, um potencial investimento na Indonésia ocorre mesmo quando montadoras ao redor do mundo reduzem os planos de eletrificação devido à lenta adoção de veículos elétricos, destacando suas ambições.

A Stellantis planeja investir 50 bilhões de euros (R$ 277 bilhões, aproximadamente) em eletrificação na próxima década, visando alcançar emissões líquidas zero de carbono até 2038. A montadora assinou acordos de fornecimento com fornecedores de materiais de bateria ao redor do mundo nos últimos anos.

A Stellantis se recusou a comentar. A Huayou Indonésia não respondeu.

A Vale Indonésia disse que não comenta sobre discussões comerciais. "Estamos confiantes de que nossos investimentos contínuos na Indonésia permanecerão atrativos para nossos investidores e parceiros internacionais, impulsionando ainda mais o investimento estrangeiro direto e ajudando a acelerar o polo de veiculo elétrico e as ambições de escoamento mineral do país", disse um porta-voz.

A Indonésia domina o mercado de níquel (50% do fornecimento global), não apenas por ter as maiores reservas do mundo, mas também à tecnologia e investimentos chineses que reduziram o custo de produção. Sua participação de mercado deve aumentar à medida que a queda nos preços do níquel forçou mineradoras em outros lugares a reduzir a produção.

Mas o país tem buscado maneiras de reduzir a dependência chinesa para amortecer impacto de qualquer desaceleração na demanda chinesa e à medida que busca mais acesso ao mercado para seu níquel nos Estados Unidos e Europa.

A Indonésia está em negociações com outras montadoras europeias, de acordo com pessoas familiarizadas com as discussões. Algumas empresas europeias "estão avaliando a opção de estabelecer uma fundição", disse uma das pessoas.

A Indonésia pretende aproveitar seu níquel para estabelecer uma cadeia de suprimentos de carros elétricos no país. O presidente Joko Widodo proibiu as exportações do minério em 2020 para atrair empresas estrangeiras a investir em fundições, fabricação de baterias e eventual produção do automóvel.

Empresas chinesas, incluindo Tsingshan e CATL, responderam prontamente, tornando-se os maiores investidores em níquel indonésio.

Globalmente, empresas dos EUA e Europa ficaram para trás de seus parceiros chineses na garantia de suprimentos de minerais críticos. No caso da Indonésia, acusações de suas práticas de mineração e refino causam danos ambientais mantiveram as empresas ocidentais afastadas.

Um acordo com Stellantis poderia ajudar a imagem da Indonésia, que enfrenta crescentes acusações de produzir níquel "sujo", devido ao uso de usinas termelétricas para processamento mineral.

No ano passado, a Ford concordou em investir com a Vale e Huayou em uma planta de lixiviação ácida de alta pressão de $ 4,5 bilhões (R$ 23,1 bilhões) no sudeste de Celebes, ilha indonésia, obtendo acesso direto ao níquel necessário para seus veículos elétricos.

Na época, a Ford disse que a parceria trilateral permitiria que ela "garantisse que o níquel seja extraído de acordo com as metas de sustentabilidade de nossa empresa, estabelecendo os padrões corretos de ESG à medida que escalamos".

A Eramet e a BASF estão entre outros investidores ocidentais na Indonésia.

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