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Porto Rico eleva número de mortos em furacão em 2017 de 64 para 2.975

Estudo patrocinado pelo governo mostra que quantidade de vítimas foi maior do que a anunciada

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Miami | AFP e Reuters

O governador de Porto Rico, Ricardo Rosselló, elevou nesta terça-feira (28) de 64 para 2.975 o número oficial de mortos pelo furacão Maria em 2017, após a publicação de um estudo da Universidade George Washington que põe fim a 11 meses de polêmica.

O relatório, patrocinado pelo próprio governo, indica que 2.975 mortes podem ser diretamente ou indiretamente atribuídas ao Maria a partir do momento em que o furacão atingiu Porto Rico em setembro de 2017 até meados de fevereiro deste ano, com base em comparações entre mortalidades previstas sob circunstâncias normais e mortes documentadas após a tempestade.

"Estou dando uma ordem para que agora atualizem o número de mortes oficiais para 2.975", declarou Rosselló a jornalistas em San Juan, capital deste território americano.

"Isso é uma devastação sem precedentes", comentou o governador, que responsabilizou em parte a burocracia pela qual a ilha teve que passar para ter acesso à ajuda do governo federal de Washington.

Nas semanas posteriores ao desastre, foi difícil conseguir comida, água fresca e gasolina. Além disso, muitos idosos e doentes que dependiam da energia elétrica para respiradores, diálise, ou para refrigerar a insulina, por exemplo, sofreram as consequências.

O relatório detalhou que a equipe de emergência do Departamento de Saúde porto-riquenho tinha um "plano desatualizado", que as agências de emergência não estavam preparadas "para furacões superiores à categoria 1", e que as campanhas de informação não alertaram a população adequadamente sobre a possibilidade de uma catástrofe.

Também indicou que os médicos careciam do treinamento necessário para certificar as mortes nos casos de desastres.

"Como governador assumo a responsabilidade que me compete", mas "existe responsabilidade de todas as partes", acrescentou quando perguntaram sobre a resposta do presidente Donald Trump.

Trump foi criticado por demorar a entregar a ajuda federal a Porto Rico, em comparação com a rapidez com que esta chegou à Flórida e ao Texas, atingidos pouco antes por Harvey e Irma.

Quando foi questionado sobre esta polêmica, Rosselló respondeu: "Reconheço que cometemos erros, que podíamos ter feito coisas de maneira mais efetiva. Mas nego terminantemente que qualquer uma dessas coisas tenha alguma consideração política. Zero consideração política".

Não obstante, admitiu que "não há dúvidas de que em Porto Rico o processo burocrático foi mais extenso do que em outras jurisdições similares como Texas e Flórida, e isso certamente é um fator que limitou a nossa recuperação".

Um mês depois do furacão, em 20 de setembro, quando a cifra oficial de mortos era estimada em 16, o presidente disse em sua defesa que o desastre não era nada comparado aos mais de 1.800 mortos deixados pelo furacão Katrina na Louisiana em 2005.

Este comentário, somando à demora da resposta e às imagens do presidente jogando aos atingidos rolos de papel higiênico, indignou a população.

O governo havia estabelecido em 64 o balanço inicial de mortos, uma cifra que gerava desconfiança entre as testemunhas do desastre.

Estudos independentes de meios de comunicação mostraram posteriormente cifras muito superiores. Em maio, a Universidade de Harvard, usando outra metodologia, indicou que haviam falecido mais de 4.600 pessoas.

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