Ao lado de mulher de Guaidó, Trump pede retirada de tropas russas da Venezuela
Aviões militares russos pousaram próximo a Caracas no sábado (23); Fabiana Rosales diz temer pela vida de seu marido
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu nesta quarta-feira (27) à Rússia que retire suas tropas da Venezuela e alertou que "todas as opções" estão abertas para que isso aconteça.
As declarações foram dadas no Salão Oval da Casa Branca, onde o republicano se encontrou com Fabiana Rosales, esposa do autodeclarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.
A chegada de dois aviões da Força Aérea russa ao aeroporto de Maiquetía, próximo a Caracas, no sábado (23), com cerca de cem soldados russos e armamentos, aumentou a crise política no país latino.
Não estão claras as razões do pouso dos aviões. O governo americano acredita que as tropas russas incluem forças especiais e pessoal de segurança cibernética.
"A Rússia precisa sair", disse Trump. Indagado sobre como ele faria as forças russas saírem, completou: "Vamos ver. Todas as opções estão abertas".
A Rússia tem relações bilaterais e acordos com a Venezuela que planeja honrar, disse o vice-embaixador russo da ONU, Dmitry Polyanskiy, em resposta aos comentários de Trump.
A Rússia e a China apoiam o ditador Nicolás Maduro, enquanto os Estados Unidos e a maioria dos países ocidentais estão do lado do líder da oposição, Juan Guaidó. Em janeiro, ele invocou a constituição para assumir a presidência interina do país, argumentando que a reeleição de Maduro em 2018 é ilegítima.
"Não cabe aos Estados Unidos decidir ações e destino de outros países. Cabe apenas ao povo da Venezuela e seu único presidente legítimo, Nicolás Maduro", disse Polyanskiy em uma rede social.
Maduro, que mantém o controle das funções do Estado e das Forças Armadas do país, disse que Guaidó é um fantoche dos Estados Unidos.
Rosales, uma jornalista de 26 anos, disse a Trump que Guaidó foi atacado na terça-feira (26), apesar de ela não fornecer detalhes. Um grupo paramilitar cercou a Assembleia Nacional, de maioria opositora e presidida por Guaidó, após sessão que teve o líder oposicionista como orador.
"Temo pela vida do meu marido", afirmou Rosales. Ela estava acompanhada pela esposa e irmã de Roberto Marrero, chefe de gabinete de Guaido, preso e detido na semana passada por agentes do Sebin, a agência de inteligência venezuelana.
Mais cedo, na Casa Branca, Rosales se encontrou com o vice-presidente Mike Pence e disse a ele que a falta de energia e a escassez de alimentos estavam prejudicando as crianças em seu país.
"Eles estão tentando destruir nosso estado de espírito. Eles querem nos submergir na escuridão eterna. Mas deixe-me dizer-lhes que há luz, e a luz está aqui", disse Rosales a Pence.
Ela deve se encontrar com a primeira-dama dos Estados Unidos, Melania Trump, em Palm Beach, na quinta-feira (28), em uma turnê pelo sul da Flórida, onde mora a maior comunidade de exilados venezuelanos nos Estados Unidos.
Rosales também deve se reunir com legisladores no Capitólio e outros exilados venezuelanos em um think tank de Washington. Pence elogiou Rosales por ser "corajosa".
"Nossa mensagem é muito simples: estamos com você", disse o vice-presidente.
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