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Terrorismo cresceu com concessões a islâmicos, diz nacionalista hindu

Ram Bahadur Rai é um dos principais ideólogos de entidade nacionalista hindu que respalda atual premiê

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Em nome do secularismo, o governo da Índia fez concessões e tentou apaziguar os muçulmanos durante anos, o que permitiu o crescimento do terrorismo

Essa é a opinião de Ram Bahadur Rai, um dos principais ideólogos da Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS), a organização nacionalista hindu ligada ao partido governista, o BJP. O premiê, Narendra Modi, entrou na RSS aos 8 anos.

“Ninguém está discriminando em nome da religião: os programas de ajuda aos pobres são iguais para cristãos, hindus e muçulmanos. Mas o foco é o combate ao terrorismo”, diz à Folha Rai, que é presidente do comitê executivo do Indira Gandhi National Centre for the Arts (IGNCA).

O primeiro-ministro da Índia e candidato à reeleição, Narendra Modi, discursa a apoiadores em comício antes da quarta fase de votação das eleições gerais no país - Sanjay Kanojia - 9.mai.2019/AFP

Quais as diferenças entre a eleição de 2014 e a de agora? 
Temos uma situação muito parecida com a que Jawalarhal Nehru [primeiro premiê da Índia, que governou de 1947 a 1964] enfrentou nas eleições de 1952 e 1957. 

Em 1952, ele derrotou uma série de líderes fortes. Mas chegou à eleição de 1957 sem ter conseguido cumprir muitas promessas, como Modi.

No caso de Nehru, apesar de a economia não ter decolado como prometera, em 1957 não havia grandes líderes nem no seu partido nem nos outros. Resultado: em 1952, sua sigla conseguiu 364 cadeiras. Em 1957, apesar de não ter tanto para mostrar, obteve 371.

Com Modi, será a mesma coisa. E a eleição de 2019 é diferente de todas as outras. Depois do atentado [terrorista] de 14 de fevereiro [de um extremista paquistanês do grupo Jaish-e-Mohammad, que causou 40 mortes na Caxemira], houve uma mudança de narrativa. A eleição, hoje, se limita a duas perguntas: quem pode salvar este país e quem não pode.

De que maneira Modi é um líder diferente? 
O sistema de castas sempre teve papel crucial nas eleições. Em 2013, Sonia Gandhi foi a Gujarat e disse que Modi era um mercador da morte. Quanto mais o atacam, mais Modi transforma isso em vantagem. Fez isso também em relação a sua casta.

Modi é chamado de casta baixa, em termos pejorativos [ele faz parte do que o governo classifica como “outras castas baixas”], e abraça o xingamento. Em 2014, teve de lutar dentro do próprio partido para ser o candidato, porque não era aceito.

Até 2013, o BJP era essencialmente a sigla da classe média urbana, e os líderes se encaixavam nisso, muitos eram brâmanes [casta mais alta], quase ninguém era de casta mais baixa. Hoje, um líder como Modi, de uma casta baixa, é aceito por todos.

Ele é o primeiro líder desde Indira Gandhi [1917-1984] que manda uma resposta forte ao Paquistão. Desde que os dois países desenvolveram armas nucleares, havia essa barreira psicológica. Não se podia atacar o Paquistão porque poderia acabar em catástrofe.

Modi quebrou essa barreira ao atacar os campos de treinamento de terroristas dentro do Paquistão. Mostrou que está disposto a fazer tudo ao seu alcance para proteger o país.
 
O senhor diz que Modi deixou de cumprir promessas. Quais? 
Ele fracassou em três frentes: a situação dos agricultores e do campo, o combate ao desemprego e a economia. Ou melhor, não diria que fracassou. Acho que não fez desses temas uma prioridade.

Mas Modi teve sucessos extraordinários, como o Swachh Bharat [programa de limpeza de ruas e estradas, que também promoveu a construção de milhões de banheiros, com o objetivo de acabar com a defecação ao ar livre]. 

Nos últimos cinco anos, ele se concentrou em satisfazer as necessidades básicas das pessoas. Nos próximos cinco, deve se ater às aspirações delas.

A oposição afirma que Modi está acabando com o Estado laico na Índia, por seu discurso nacionalista hindu.
É fundamental saber que o conceito de secularismo na Índia é diferente do Ocidente. Não é verdade que Modi não seja secular ou que seja um fanático.

O problema é que, em nome do secularismo, durante anos fizemos concessões aos muçulmanos, tentamos apaziguar, e isso permitiu o crescimento do terrorismo. 

Ninguém discrimina em nome da religião: os programas de ajuda aos pobres são iguais para cristãos, hindus e muçulmanos. Modi é a favor do Estado laico, mas não faz concessões a terroristas.

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