Irã ameaça apreender petroleiro britânico em retaliação
Na quinta, Marinha Real britânica capturou navio iraniano que levaria petróleo para a Síria
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
O Irã ameaçou apreender um navio do Reino Unido nesta sexta-feira (5) depois que a Marinha Real britânica capturou um petroleiro iraniano em Gibraltar.
"Se o Reino Unido não liberar o navio petroleiro iraniano, é tarefa das autoridades apreender um navio petroleiro britânico", disse Mohsen Rezai, membro do conselho que assessora o aiatolá Khamenei e comandante da Guarda Revolucionária, em uma rede social.
Nesta sexta, Gibraltar obteve permissão para estender a detenção do Grace 1 por 14 dias, devido a suspeitas de violação de sanções da União Europeia ao enviar petróleo para a Síria.
O governo de Gibraltar disse que os tripulantes do petroleiro estão sendo entrevistados como testemunhas, e não como suspeitos de crime, na tentativa de estabelecer a natureza de sua carga e seu destino final.
Na quinta-feira, os membros da Marinha Real desceram de corda no navio situado no litoral do território britânico e o apreenderam. Eles pousaram um helicóptero na embarcação em movimento, na escuridão total.
Teerã convocou o embaixador britânico na quinta para expressar "sua objeção muito forte à apreensão ilegal e inaceitável" de seu navio.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Abbas Mousavi, disse que o carregamento de petróleo cru é de seu país. Segundo os documentos do navio, o petróleo é do vizinho Iraque, mas dados de monitoramento indicam que ele foi carregado em um porto iraniano.
Países europeus estão na corda bamba desde o ano passado, quando os EUA ignoraram seus apelos e deixaram o pacto entre Irã e potências mundiais. O acordo dá a Teerã acesso ao comércio global em troca de limitações em seu programa nuclear.
Nos últimos dois meses, Washington endureceu as sanções contra Teerã visando interromper totalmente suas exportações de petróleo. Isso praticamente interditou os principais mercados ao Irã e o forçou a encontrar maneiras heterodoxas para vender petróleo cru.
Ainda na quinta-feira, Gibraltar disse ter razões consideráveis para acreditar que o Grace 1 estava transportando petróleo cru para a refinaria de Baniyas, na Síria, mas não mencionou a propriedade da embarcação ou a origem da carga.
Especialistas em navegação dizem que ele pode ter tentado evitar a rota mais direta pelo Canal de Suez, onde um grande petroleiro, para passar, normalmente seria instruído a descarregar parte de sua carga em um oleoduto, o que poderia expô-lo a uma apreensão.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters