Siga a folha

Descrição de chapéu Brexit

Boris Johnson defende nova eleição geral caso Parlamento proíba brexit sem acordo

Premiê diz que tirará Reino Unido da União Europeia mesmo que não haja acerto

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Londres | Reuters e AFP

Dois dias após dizer que não queria novas eleições, o premiê Boris Johnson desafiou a oposição a convocar uma votação geral caso o Parlamento aprove uma lei que impeça a retirada do Reino Unido da União Europeia (UE) sem um acordo.

Boris diz que realizará o brexit em 31 de outubro, mesmo que não haja um acerto firmado com a UE que detalhe como ficarão as coisas após a saída do país do bloco.

Esses termos são debatidos desde 2016 e há grande dificuldade para chegar a um consenso. 

Boris Johnson fala no Parlamento britânico nesta quarta-feira (4) - AFP

"Eu convido o líder da oposição [Jeremy Corbyn] a confirmar que se essa lei de rendição [o veto à saída sem acordo] for aprovada, ele permitirá às pessoas deste país expressar sua visão sobre o que ele está propondo entregar em seu nome, com uma eleição em 15 de outubro", disse Boris, no Parlamento.

O premiê participa de uma sessão de perguntas no Plenário nesta quarta-feira (4). 

Na segunda-feira (2), Boris disse que não desejava um novo pleito. "Não há circunstâncias nas quais eu pedirei a Bruxelas mais prazo. Nós estamos partindo em 31 de outubro, sem 'ses' nem 'mas'", disse. "E sem uma eleição. Eu não quero uma eleição, vocês não querem uma eleição."

O Parlamento votará nesta quarta (4) uma proposta para proibir o governo de realizar o brexit caso não exista um acordo com a UE, o chamado “no deal”.

Boris se opõe a essa proposta e considera que sua aprovação significaria que o Parlamento não confia em seu governo —portanto, novas eleições são necessárias. 

O premiê perdeu a maioria na terça-feira (3), quando um parlamentar do Partido Conservador migrou para a oposição. Além disso, outros conservadores passaram a tomar posição contrária a Boris. 

Também na terça, os parlamentares aprovaram uma medida que dá ao Parlamento, e não ao Executivo, o poder para definir a agenda parlamentar. 

No entanto, há pouco tempo para agir. Na semana que vem, as atividades serão paralisadas, pois o premiê pediu uma suspensão de cinco semanas. Com isso, o trabalho será retomado só na segunda quinzena de outubro, a poucos dias da data do brexit. 

Essa suspensão, apontada como estratégia para reduzir os debates, gerou diversos protestos no fim de semana por todo o país

Nesta quarta-feira (4), um tribunal da Escócia declarou que a suspensão do Parlamento pedida por Boris foi legal.

O questionamento havia sido feito por parlamentares contrários ao brexit. Outras duas ações judiciais sobre a mesma questão estão em curso, em Belfast e em Londres.

O brexit foi aprovado em um plebiscito em 2016, com 52% dos votos. 

Segundo uma pesquisa do Yougov feita após o anúncio de suspensão do Parlamento, os conservadores teriam 33% dos votos em uma eleição geral, contra 22% dos trabalhistas, 21% para os liberais democratas e 12% para o Partido do Brexit.

Em condições normais, as eleições gerais no Reino Unido ocorrem a cada cinco anos —a próxima está marcada para 2022. No entanto, elas podem ser antecipadas se houver apoio de dois terços dos membros do Parlamento. 

A votação fora de época também pode ocorrer se for aprovada uma moção de desconfiança contra o premiê e, em 14 dias, não houver acordo para a formação de um novo governo.

A última eleição geral foi realizada em junho de 2017, de modo antecipado. A então premiê Theresa May esperava conquistar uma prova de apoio popular, mas seu governo acabou ficando com menos representantes do que tinha antes

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas