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Descrição de chapéu Venezuela

Sem Ernesto, Grupo de Lima fala em novas sanções contra Maduro

Declaração de encontro na ONU expressa disposição em adotar medidas sem uso da força

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Nova York

Em reunião sem a participação do chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, o Grupo de Lima expressou disposição em adotar novas sanções contra o regime de Nicolás Maduro na Venezuela.

Os países emitiram uma declaração na qual afirma que o ditador é uma ameaça à paz e cita a necessidade de medidas sem o uso da força.

O bloco realizou um encontro em Nova York nesta segunda-feira (23), durante a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).

O Brasil foi representado por um diplomata, uma vez que Ernesto acompanhava um discurso do presidente Donald Trump sobre liberdade religiosa numa sala vizinha.

O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, discursa no início do ano escolar no país - 16.set.19/Presidência da Venezuela/AFP

Os países acusaram Maduro de bloquear processos de negociação com "forças democráticas" da Venezuela para alcançar "uma saída política para a grave crise" local.

A declaração expressa "disposição em adotar novas sanções ou outras medidas econômicas e políticas contra o regime de Maduro, orientadas a favorecer o restabelecimento, sem o uso da força, do Estado de Direito e da ordem constitucional e democrática na Venezuela".

Ainda nesta segunda, Ernesto e chanceleres de outros países do continente participarão de outra reunião sobre Venezuela para decidir se o TIAR (Tratado Interamericano de Assistência Recíproca) será acionado.

No limite, esse mecanismo poderia autorizar uma intervenção militar na Venezuela, apesar de o governo brasileiro se dizer contrário a essa resolução.

O Grupo de Lima é composto por 14 países da América Latina, que já haviam pressionado o secretário-geral da ONU, António Guterres, a buscar medidas assertivas contra Maduro e a favor do oposicionista Juan Guaidó, reconhecido por mais de 50 países como presidente do país.

A nota do bloco pede medidas urgentes do Conselho de Direitos Humanos da ONU para estabelecer "um mecanismo independente de acompanhamento e investigação sobre a violação sistemática dos direitos humanos na Venezuela".

O texto cita o último relatório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, comandado pela ex-presidente chilena Michelle Bachelet, que visitou a Venezuela e criticou o comportamento do governo Maduro.

Os países do grupo também rechaçaram a candidatura venezuelana ao Conselho de Direitos Humanos da ONU e pediram que a Assembleia Geral não apoie o pleito de Maduro.

A declaração divulgada em Nova York ataca ainda "os crescentes vínculos do regime de Nicolás Maduro com grupos armados à margem da lei" e cita um amparo do governo a grupos terroristas, em referência a guerrilheiros colombianos do ELN (Exército de Libertação Nacional) e dissidentes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), "o que representa uma clara ameaça à paz, à estabilidade e à segurança da região".

Uma dessas ameaças tem relação com a crise migratória na América Latina —em especial na Colômbia e no Brasil— causada pela fuga de venezuelanos.

A nota destaca a necessidade de "aumentar o apoio internacional, especialmente financeiro", para atender a essa demanda nos países de destino.

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