Siga a folha

Descrição de chapéu Coreia do Norte

Coreia do Norte testa míssil lançado de submarino

Lançamento ocorre após país anunciar retomada de negociações com os EUA no sábado

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Seul | AFP e Reuters

A Coreia do Norte testou com sucesso um míssil balístico lançado a partir de um submarino, informou a agência oficial norte-coreana KCNA nesta quinta-feira (3), dois dias depois do anúncio de que Pyongyang e Washington retomarão negociações sobre o tema nuclear ainda nesta semana.

A KCNA identificou o míssil como um Pukguksong 3, um vetor balístico mar-terra (SLBM).

Foto realizada na quarta (2) e divulgada na quinta (3) pela agência norte-coreana KCNA mostra o teste do míssil Pukguksong-3 nas águas da baía de Wonsan - KCNA via KNS/AFP

"Este novo tipo de míssil balístico foi lançado na vertical" na quarta-feira (2) a partir de águas próximas à baía de Wonsan, informou a agência norte-coreana.

A agência diz que o líder Kim Jong-un enviou "felicitações" às unidades de pesquisa e desenvolvimento que participaram do lançamento, que "não teve impacto adverso na segurança dos países vizinhos".

O lançamento "marca o começo de uma nova fase" para se enfrentar as "ameaças" contra a Coreia do Norte e "reforça ainda mais sua força militar para a autodefesa", afirmou a KCNA.

De acordo com resoluções do Conselho de Segurança da ONU, a Coreia do Norte não pode realizar testes de mísseis balísticos. 

Diplomatas disseram à Reuters que o conselho deve se reunir a portas fechadas nesta sexta para discutir o tema, após uma solicitação da Alemanha com o apoio do Reino Unido e da França. 

Segundo o Japão, um míssil lançado na véspera caiu nas águas de sua zona econômica exclusiva.

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, instruiu seus ministros a investigar o que aconteceu, segundo fontes oficiais. 

Em um breve contato com a imprensa, o próprio Abe apontou que "o lançamento de mísseis balísticos viola as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e, portanto, nós o condenamos e expressamos nosso firme protesto".

Um porta-voz do departamento americano de Estado pediu à Coreia do Norte que "se abstenha de provocações" e permaneça "comprometida com negociações substanciais e duradouras" que tragam estabilidade e desnuclearização. 

Retomada das negociações

Na terça (1), Pyongyang e Washington anunciaram que farão uma reunião de trabalho sobre a questão nuclear. As duas partes concordaram em manter "contatos preliminares" na sexta (4) e as negociações no sábado (5).

As negociações entre Pyongyang e Washington estão paradas desde o fiasco da segunda cúpula, realizada em fevereiro em Hanói, entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente americano, Donald Trump.

Os dois líderes se encontraram novamente em junho, na Zona Desmilitarizada (DMZ). Esta região separa as duas Coreias desde o final da guerra (1950-53).


Neste breve encontro, ambos concordaram em retomar o diálogo sobre o programa nuclear de Pyongyang, pouco mais de um ano após a primeira cúpula Trump-Kim em Singapura.

Até esta data, porém, as discussões não foram retomadas.

Pyongyang não escondeu sua decepção com a recusa dos Estados Unidos a cancelarem suas manobras militares com Seul.

As relações melhoraram quando o então conselheiro de Segurança Nacional de Trump, John Bolton, conhecido por seu tom severo em relação à Coreia do Norte, deixou o governo.

Detestado por Pyongyang, Bolton havia defendido um "modelo líbio" —no qual, em troca da suspensão das sanções, a Coreia do Norte deveria abandonar todas as suas bombas nucleares e seus mísseis.

Essa comparação com a Líbia de Muammar Khaddafi, que terminou morto em um levante apoiado por bombardeios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), provocou a fúria de Pyongyang.

O próprio Donald Trump considerou que essa comparação fez as negociações com a Coreia do Norte "recuarem seriamente".

Especialistas disseram que a demissão de Bolton pode ter contribuído para a decisão norte-coreana de dialogar.

Na sexta-feira, a Coreia do Norte elogiou Trump, em oposição a outros políticos de Washington "obcecados" com a exigência de uma desnuclearização norte-coreana unilateral.

"Constatei que o presidente Trump é diferente de seus antecessores em termos de senso político e de determinação", declarou Kim Kye-gwan, consultor do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte.

"Desejo, portanto, colocar minha esperança nas escolhas sábias e nas decisões corajosas do presidente Trump", acrescentou.

Enquanto isso, Trump continua elogiando sua "amizade" com o líder norte-coreano, em quem diz "confiar". Ele se baseia em um vago compromisso em favor de uma "desnuclearização completa" adotado em Singapura, mas que nunca resultou em atos concretos.

 

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas