Siga a folha

Príncipe Andrew anuncia afastamento da vida pública após escândalo com criminoso sexual

Membro da realeza britânica se disse disposto a colaborar com investigações

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Londres | Reuters

Após se ver em um crescente escândalo envolvendo o financista e criminoso sexual Jeffrey Epstein, o príncipe Andrew, membro da realeza britânica, anunciou nesta quarta-feira (20) o afastamento da vida pública em um futuro próximo.

Andrew, também conhecido como duque de York, negou várias vezes as acusações feitas por Virginia Roberts Giuffre, segundo as quais ele teria tido relações sexuais com a mulher quando ela tinha 17 anos.

Giuffre teria sido oferecida ao príncipe por Epstein, que se matou em uma prisão nos EUA enquanto aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual

O príncipe Andrew durante o Royal Ascot, em junho - Toby Melville - 20.jun.19/Reuters

Em comunicado divulgado pelo Palácio de Buckingham nesta quarta (20), Andrew disse que o escrutínio se tornou uma "grande perturbação" ao trabalho da família real e às instituições de caridade associadas a ele.

"Portanto, perguntei a Sua Majestade se posso renunciar aos deveres públicos num futuro próximo, e ela deu sua permissão", disse ele. "É claro que estou disposto a ajudar qualquer agência policial apropriada em suas investigações, se necessário."

Em entrevista à BBC transmitida na noite de sábado (16), o segundo filho da rainha Elizabeth 2ª insistiu não se lembrar de ter conhecido Giuffre e tentou justificar sua amizade com o financista.

O tiro, no entanto, saiu pela culatra, e muitos espectadores ficaram perplexos, classificando suas declarações como defensivas, nada convincentes ou simplesmente estranhas.

Ele não conseguiu explicar a foto feita em Londres, que aparentemente o mostra com o braço em volta da cintura descoberta da então adolescente, com a ex-namorada de Epstein, Ghislaine Maxwell, sorrindo em segundo plano.

Segundo Andrew, ele se veste casualmente quando está em Londres, evita gestos públicos de afeto com desconhecidos e não poderia ter estado no local onde a foto foi feita.

Questionado se lamentava seu relacionamento com Epstein, que continuou depois de o empresário ter cumprido pena de prisão por ter aliciado uma menor de idade para prostituição, Andrew respondeu: “Se eu lamento o fato de que ele muito obviamente se comportou de maneira indecorosa? Sim.”

“Indecorosa?”, retrucou a entrevistadora da BBC em tom incrédulo. “Ele era criminoso sexual.” O duque voltou atrás rapidamente, dizendo: “Sim, sinto muito, estou sendo educado. Quero dizer, no sentido de que ele era criminoso sexual.”

Nesta quarta, Andrew, porém, mudou o tom de suas declarações. Afirmou que continua a se "arrepender de forma inequívoca de minha associação mal julgada com Jeffrey Epstein" e que seu "suicídio deixou muitas perguntas sem respostas".

"Principalmente para suas vítimas, e eu simpatizo profundamente com todos os que foram afetados e desejam alguma forma de conclusão [de seus casos]."

Epstein era acusado de tráfico sexual de menores e de conspiração criminosa para traficar menores para explorá-los sexualmente, duas acusações passíveis de punição com um total de 45 anos de prisão.

Segundo a ata de acusação, ele teria levado menores de idade, algumas delas com apenas 14 anos, para suas residências em Manhattan e em Palm Beach, na Flórida, entre 2002 e 2005, “para participar de atos sexuais com ele, depois dos quais lhes dava centenas de dólares em dinheiro”.

“Também pagava algumas de suas vítimas para recrutarem mais meninas para serem abusadas”, apontou a acusação.

Epstein negava as acusações, mas um juiz federal rejeitou o pedido de liberdade condicional feito por sua defesa. Os advogados do bilionário propuseram que ele ficasse isolado em sua casa em Manhattan com um tornozeleira ou bracelete eletrônico, além de com câmeras de vídeo que registrariam seus movimentos.

A Justiça avaliou, porém, que Epstein representava um risco para a sociedade e que ele poderia tentar fugir, já que tinha os meios para isso.

Durante busca realizada na casa do empresário em Nova York, autoridades encontraram em um cofre “dezenas de diamantes” e “maços de notas”, bem como um passaporte austríaco falso já vencido em nome de Epstein. 

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas