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Morre Ibrahim Boubacar Keita, ex-presidente do Mali deposto em golpe de 2020

Ex-assessor diz que ele morreu em casa; causa não foi divulgada

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Bamaco (Mali) | Reuters

Morreu, aos 76 anos, o ex-presidente do Mali Ibrahim Boubacar Keita, que foi deposto por militares em 2020 após um turbulento governo de sete anos, disseram autoridades neste domingo (16).

A causa da morte ainda não foi esclarecida. Um ex-assessor disse que ele estava em casa, em Bamaco.

Conhecido pelas iniciais IBK, Keita governou o país da África Ocidental de setembro de 2013 a agosto de 2020, quando insurgentes islâmicos invadiram grandes áreas, abalando sua popularidade.

O ex-presidente do Mali Ibrahim Boubacar Keita em foto de 2015 - Etienne Laurent-20.out.15/AFP

Eleições legislativas controversas, rumores de corrupção e uma economia instável também alimentaram a ira da população e atraíram dezenas de milhares de pessoas às ruas da capital Bamaco, exigindo sua renúncia em 2020.

Keita acabou sendo expulso por um golpe militar, cujos líderes ainda governam o Mali, apesar de objeções internacionais.

"Muito triste ao saber da morte do ex-presidente Ibrahim Boubacar Keita", tuitou o ministro das Relações Exteriores do país, Abdoulaye Diop. "É com grande emoção que me curvo diante de sua memória."

Keita, que frequentemente viajava para o exterior para atendimento médico, foi detido e colocado em prisão domiciliar durante o golpe, mas as restrições foram retiradas em meio à pressão do bloco político da África Ocidental Cedeao.

Jihadistas

Conhecido por suas vestes brancas esvoaçantes e por usar muitos insultos enquanto fala, Keita obteve uma vitória retumbante nas eleições de 2013. Ele prometeu enfrentar a corrupção que corroeu o apoio a seu antecessor, Amadou Toumani Toure, também derrubado em um golpe.

Keita tinha uma reputação de firmeza, construída como primeiro-ministro na década de 1990, quando assumiu uma linha dura com os sindicatos em greve. Mas sua gestão foi marcada desde o início por uma crise de segurança na qual jihadistas ligados à Al Qaeda varreram o norte do deserto.

Forças francesas intervieram em janeiro de 2013 para repelir os insurgentes, mas os grupos se recuperaram. Nos nove anos seguintes, mataram centenas de soldados e civis e, em algumas áreas, criaram seus próprios sistemas de governo.

Ataques de jihadistas provocaram confrontos étnicos entre comunidades rivais de pastores e agricultores, ceifando centenas de vidas e ressaltando a falta de controle do governo.

Alegações de corrupção também acompanharam Keita desde o início de sua presidência.

Em 2014, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional congelaram quase US$ 70 milhões em financiamento depois que o FMI expressou preocupação com a compra de um jato presidencial de US$ 40 milhões e um empréstimo para suprimentos militares.

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