Siga a folha

EUA relutam em incluir suposta namorada de Putin em sanções, diz jornal

Segundo Wall Street Journal, punição a Alina Kabaeva teria sido revista pouco antes de anúncio

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Belo Horizonte

Desde o início da Guerra da Ucrânia, a Casa Branca anunciou uma série de pacotes de sanções contra empresas e pessoas ligadas ao presidente russo, Vladimir Putin: bancos, estatais, políticos, oligarcas e até as duas filhas do chefe do Kremlin receberam punições.

Nesta semana, o jornal The Wall Street Journal destacou, com base em relatos de autoridades ligadas ao governo americano, que uma pessoa teria sido tirada da lista sob o temor de que restrições impostas a ela aumentassem ainda mais as tensões entre Washington e Moscou: a ex-ginasta Alina Kabaeva, suposta namorada secreta e mãe de três filhos do líder russo.

O WSJ afirma que a ex-atleta estava em uma pré-lista de alvos de sanções, mas uma decisão de retirar seu nome foi emitida pouco antes de a relação ser enviada ao Conselho de Segurança Nacional —órgão responsável por assessorar o presidente americano em relação à política externa.

O presidente russo, Vladimir Putin, entrega prêmio à ginasta Alina Kabaeva, apontada como suposta namorada do político - Divulgação Kremlin - 21.dez.2005

A relação dos dois, ainda segundo a publicação, iria além da vida amorosa: Kabaeva seria uma das principais beneficiárias da fortuna atribuída a Putin ao redor do mundo. A constatação aparece em um relatório sobre as investigações acerca da suposta interferência russa nas eleições presidenciais dos EUA em 2016, que culminaram na vitória do republicano Donald Trump.

Em 2008, em visita à Sardenha, Putin foi questionado por um jornalista sobre as especulações que ligavam seu nome ao da ex-ginasta. O político, como era de se esperar, respondeu criticando aqueles "que tentam entrar na vida de outra pessoa com fantasias eróticas". E acrescentou: "Não há uma única palavra de verdade no que você disse".

Kabaeva estava se aposentando do esporte naquela época e logo em seguida seria eleita para o Parlamento pelo Rússia Unida, partido de Putin. Em 2014, ainda viria a ser indicada à presidência de uma organização que controla os principais meios de comunicação pró-governo. A nomeação fez com que ela tivesse um salto de rendimentos, de US$ 140 mil (R$ 693 mil, em valores de hoje) anuais como deputada para US$ 12 milhões (R$ 59,5 milhões) no National Media Group.

Putin foi casado com Liudmila Putina, ex-comissária de bordo da Aeroflot e mãe daquelas que são consideradas as únicas filhas do presidente, por 30 anos, até 2013.

Desde então, ele nunca assumiu um novo relacionamento, também em meio a uma estratégia de propaganda de que o chefe do Kremlin vive uma rotina árdua, voltada apenas para o trabalho.

Ainda assim, a inteligência dos EUA e de países europeus apontam que Kabaeva teria dado à luz, em 2015, a um filho com Putin, com o parto ocorrendo em um hospital luxuoso na Suíça, com vista para o lago de Lugano. Quatro anos depois, ela ainda teria tido gêmeos em Moscou —o WSJ aponta que um jornal russo chegou a publicar a notícia do nascimento, sem citar Putin, mas o texto foi removido.

Kabaeva, hoje com 39 anos, nasceu no Uzbequistão quando o país fazia parte da União Soviética. Aos 13 anos, ela já participava de competições internacionais de ginástica e com 17 conquistou a primeira medalha olímpica, em Sydney-2000. Quatro anos depois, nos Jogos de Atenas, levou um ouro.

Alina Kabaeva se apresenta na final individual da competição de ginástica rítmica, nos Jogos Olímpicos de Atenas - Ray Stubblebine - 29.ago.04/Reuters

A ginástica rítmica é bastante popular na Rússia, o que tornou Kabaeva uma estrela nacional. Além dos prêmios olímpicos, ela subiu ao pódio dezenas de vezes em campeonatos mundiais e europeus. Em 2001, foi condenada a entregar a medalha que havia conquistado no Mundial de Madri, após ser pega num exame antidoping —e ainda foi suspensa por um ano.

No último sábado (23), segundo o WSJ, a ginasta fez uma rara aparição pública em uma exposição em Moscou. Na ocasião, comentou a Guerra da Ucrânia e, com a marca "Z" ao fundo —símbolo de apoio às forças russas—, disse que a ginástica russa se tornaria mais forte mesmo com um movimento do Ocidente para isolar o país.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas