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Descrição de chapéu Coreia do Norte

Kim Jong-un simula ataque nuclear com mísseis contra Coreia do Sul

Ditador supervisiona teste com dois modelos de cruzeiro, mantendo tensão alta na região

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São Paulo

A Coreia do Norte afirmou ter testado dois mísseis de cruzeiro com capacidade nuclear nesta quarta-feira (12), visando confirmar sua confiabilidade em caso de ataque aos "inimigos" —a porção sul da península dividida em 1953 e seus aliados, EUA e Japão à frente.

Para dar gravidade ao anúncio e elevando ainda mais a tensão na região, foi divulgado pela agência estatal KCNA nesta quinta (13) que o próprio ditador do país, Kim Jong-un, supervisionou os testes. No fim de semana, o regime já havia dito que Kim havia comandado ensaios de ataques nucleares táticos contra a Coreia do Sul ao longo das duas últimas semanas.

Mantendo a toada, entre o fim da noite de quinta e início da madrugada de sexta (14), pelo horário local, houve o relato do lançamento de mais um míssil balístico do Norte, que se seguiu a uma contenda aérea —com caças de Seul acompanhando dez aeronaves militares de Pyongyang que voaram próximo à fronteira. Tudo definido como "fortes medidas militares de contraofensiva".

O ditador Kim Jong-un com alunos celebrando os 75 anos de uma escola revolucionária em Pyongyang - KCNA/KNS/AFP

Neste ano, foram ao menos 41 lançamentos, um cenário em que as ameaças atômicas foram renovadas por Pyongyang da forma mais intensa desde 2017. Naquele ano, uma série de testes de mísseis capazes de atingir os EUA e a explosão de uma bomba de hidrogênio levaram o governo de Donald Trump a negociar diretamente com Kim.

Deu errado, até porque a premissa americana era tornar a península uma área sem armas nucleares, e sem elas a ditadura comunista perde seu principal instrumento de negociação. Agora, a sinalização parece ser a mesma, e há a expectativa de que os norte-coreanos possam conduzir um teste nuclear a qualquer momento.

A KCNA não confirmou quais mísseis foram testados nesta quarta, mas é presumível que sejam do mesmo modelo que voou pela primeira vez no ano passado. Apenas disse que eles atingiram o alvo a 2.000 km de distância.

Houve até uma confusão conceitual no anúncio. As armas foram colocadas como parte de um contexto de "expansão da esfera operacional das forças estratégicas nucleares", mas como capazes de levar "ogivas nucleares táticas". Estratégica é uma arma que visa vencer guerras; tática, batalhas.

Seja como for, há dúvidas técnicas usuais entre analistas, dada a natureza das armas nucleares e a opacidade inerente ao regime de Pyongyang. Que os mísseis existem, há pouca dúvida, mas ninguém sabe se o regime conseguiu miniaturizar suficientemente uma ogiva nuclear para instalá-la nesse tipo de armamento.

Os EUA na semana passada reagiram ao disparo de um míssil de alcance intermediário que sobrevoou o Japão enviando porta-aviões para a região e fazendo exercícios de bombardeio conjunto com japoneses e sul-coreanos. Pyongyang revidou com mais mísseis balísticos e treinos com caças.

Agora, não houve comentários sobre as falas recentes de ataques nucleares simulados. Já a Coreia do Sul minimizou o teste: seu presidente, Yoon Suk-yeol, afirmou que tais mísseis são subsônicos e fáceis de abater.

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