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Confronto em ato pró-Castillo no Peru deixa ao menos 17 mortos

Manifestações contra a atual presidente, Dina Boluarte, foram retomadas após trégua no fim do ano

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Lima | Reuters

Confrontos entre policiais e apoiadores do ex-presidente Pedro Castillo, deposto e preso após uma tentativa fracassada de golpe de Estado, deixaram ao menos 17 mortos nos arredores do aeroporto de Juliaca, no sudeste do país, informou nesta segunda-feira (9) a Defensoria peruana.

Os embates aconteceram no momento em que os manifestantes tentaram ocupar o aeroporto da cidade, que está sob guarda policial e militar. Numa tentativa de enfraquecer a atual presidente, Dina Boluarte, os apoiadores de Castillo têm bloqueado estradas e infraestruturas importantes para o país.

Apoiador de Pedro Castillo corre após polícia lançar bomba de efeito moral em Juliaca, no Peru - Hugo Courotto - 8.jan.2023/Reuters

Tentativa semelhante aconteceu na sexta (6), quando dezenas fizeram uma tentativa de tomar o aeroporto Inca Manco Capac, em Puno, próximo à fronteira com a Bolívia. A ação foi impedida pela polícia, que usou gás lacrimogêneo para dispersar o ato. Do lado de fora, um veículo das forças de segurança chegou a ser incendiado.

Ao menos 39 pessoas morreram desde o início dos protestos, em dezembro. "Pedimos às forças da lei e da ordem que façam o uso legal, necessário e proporcional da força e instamos o Ministério Público a realizar uma investigação imediata para esclarecer os fatos", escreveu a Defensoria nas redes sociais.

Os protestos contra Dina voltaram a ganhar adesão depois de uma trégua de duas semanas durante as festas de fim de ano. Os manifestantes exigem a renúncia da atual chefe do Executivo, a dissolução do Congresso, mudanças na Constituição e a libertação de Castillo.

Em meio à crise, o Peru proibiu, nesta segunda, a entrada do ex-presidente boliviano Evo Morales em seu território. Ele é acusado pela gestão de Dina de interferir nos assuntos da política interna. O anúncio coincidiu com novos protestos e bloqueios em 6 das 25 regiões do país, dos quais Puno se tornou epicentro. De lá, manifestantes saíram em marcha até a capital, Lima.

Presidente da Bolívia de 2006 a 2019, Evo tem expressado apoio aos manifestantes contrários ao governo Dina. O líder teve presença ativa na política peruana desde que Castillo assumiu a Presidência, em julho de 2021, até sua destituição, no início de dezembro. Na semana passada, Dina pediu ao líder da Bolívia que parasse de interferir em assuntos peruanos. Já o ministro da Defesa, Jorge Chávez, afirmou que cinco bolivianos que estariam incentivando os protestos no país foram identificados.

"Foi decretado o registro de impedimento de entrada no país, por meio de todos os postos de controle migratório, de nove cidadãos de nacionalidade boliviana, entre os quais se inclui o senhor Juan Evo Morales Ayma", informou o Ministério do Interior peruano.

Evo lamentou a decisão nas redes sociais e afirmou que o objetivo da medida é "distrair e evitar" as responsabilidades do governo pelas "graves violações" dos direitos humanos.

No ano passado, o Parlamento declarou Evo "persona non grata" no Peru. A proibição de sua entrada era reivindicada no Congresso, que agora representa o principal ponto de apoio de Dina.

Antes vice-presidente de Castillo, Dina é chamada de traidora pelos manifestantes contrários ao seu governo. Em tentativa de conter os protestos, ela declarou no mês passado estado de emergência e assinou decreto para que as Forças Armadas se juntem à polícia na repressão dos atos.

"Os manifestantes querem danificar os aeroportos. Temos mais de 50 policiais feridos. Estamos pedindo calma", disse o comandante da polícia em Puno, David Villanueva.

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