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Descrição de chapéu Governo Biden

EUA rebatizam morros e vales para remover termo considerado racista por indígenas

Situados em quatro estados do país, lugares tinham em seus nomes palavra ofensiva a mulheres nativas

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Petrópolis (RJ)

O Departamento do Interior dos EUA anunciou nesta quinta (12) que rebatizou cinco lugares cujos nomes incluíam o termo racista "squaw", ou "esposa pele-vermelha", usado para se referir pejorativamente a mulheres indígenas.

"Palavras importam, sobretudo no nosso trabalho, que busca garantir que locais públicos sejam acessíveis e acolhedores para pessoas de todas as etnias", afirmou a secretária do Interior, Deb Haaland, em nota no site da pasta —o texto não usa o termo racista nenhuma vez, substituindo-o por "sq__".

Deb Haaland, secretária do Interior dos EUA, discursa em evento no parque público Elipse, em Washington - Roberto Schmidt - 20.nov.22/AFP

Nomeada por Joe Biden, Haaland é a primeira indígena na história do país a liderar o departamento, que também cuida de questões relacionadas aos cerca de 1,9 milhão de membros de povos nativos americanos. Em setembro passado, sua gestão já tinha anunciado a renomeação de outros 650 locais pelo país cujos nomes eram considerados racistas para indígenas.

Haaland, aliás, uma crítica contumaz do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), compareceu à posse de Lula (PT) neste mês. Ela tem papel central na implementação da agenda ambiental e climática de Biden.

Os locais renomeados nesta quinta ficam nos estados da Califórnia, do Texas, do Tennessee e de Dakota do Norte. Na Califórnia, Squaw Hill e Squaw Valley viraram Loybas Hill e Yokuts Valley, respectivamente —os termos podem ser ser traduzidos como "colina da jovem dama" e "vale do povo". No Texas, Squaw Mountain se tornou Lynn Creek, enquanto no Tennessee Squawberry foi rebatizada Partrigeberry.

Por fim, na Dakota do Norte, Squaw Gap virou Homesteaders Gap, ou fenda dos pioneiros. A mudança dividiu opiniões na comunidade local, segundo a agência de notícias Associated Press.

Enquanto o indígena Mark Fox, chefe da nação mandan, hidatsa e arikara, elogiou-a, Joel Brown, membro de um conselho local do condado de McKenzie, afirmou que muitos habitantes ficaram descontentes. Ele, que é caucasiano, disse que a comunidade local advogava o mínimo de interferência federal porque sentia que o governo "não tem noção de como a economia e a cultura funcionam por aqui".

Esta não é a primeira vez que o Departamento do Interior rebatiza locais cujos nomes incluem termos considerados racistas. Já a partir dos anos 1960, a pasta ordenou a renomeação de áreas que usavam palavras ofensivas a negros e a japoneses.

Só no ano passado, 28 áreas no estado de Wisconsin foram renomeadas para remover "squaw". Um comitê ainda recomendou rebatizar uma montanha no Colorado cujo nome faz referência ao massacre de mais de 200 indígenas arapaho e cheyenne no século 19, e o governo federal renomeou centenas de picos, lagos, riachos e outros acidentes geográficos cujas designações continham termos racistas ou misóginos.

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