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Raquel Virgínia

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Equipes mais diversas tornam as empresas mais criativas e rentáveis

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Raquel Virgínia

Empreendedora, vocalista da banda As Baías e fundadora da produtora Nhaí!

“Seja aliada de quem, numa mesa cheia de oportunidades, fala seu nome.” Este foi um dos conselhos mais importantes que ouvi como empreendedora. Afinal, é em uma mesa como essa que se define quem vai angariar seus negócios.

É nesse ambiente que projetos de pessoas trans e negras precisam acontecer. Os motivos para isso são claros: lucro e inovação. Pesquisa da McKinsey & Company mostra que as empresas com maior diversidade étnica em suas equipes executivas têm 33% mais propensão à rentabilidade. Assim, se nossas marcas querem se modernizar de acordo com as premissas da presente década, é preciso considerar que sua mesa de negócios deve ser frequentada por pessoas trans e pretas.

Hoje, para uma empresa ser competitiva, é preciso ter times mais diversos. Inclusive, é provado que equipes com essa característica são mais criativas e rentáveis. Estudo realizado pela consultoria Accenture, com 18.120 profissionais em 27 países, incluindo o Brasil, destacou que companhias diversas e inclusivas são 11 vezes mais inovadoras e possuem funcionários 6 vezes mais criativos do que a concorrência.

O Brasil apresenta valiosa fonte de recursos humanos nesse sentido, que faz de nós uma potência. Esse é o grande desafio da Nhaí!: reconhecer, potencializar e realocar talentos nos espaços para que tenham voz.

Outro movimento que vai garantir uma economia mais criativa e competitiva é a priorização de projetos de pessoas trans e pretas como parte da agenda comercial anual.

Atualmente, o que se percebe são empresas tentando cumprir o calendário dos movimentos sociais. Dia da Consciência Negra em novembro, por exemplo, ou o Dia da Visibilidade Trans, em janeiro, influenciaram algumas instituições privadas a assumirem a responsabilidade social justa de apoiar as datas. Entretanto, faço o convite para irmos além. Explico: esse movimento pontual acaba rompendo com a possibilidade de continuidade e faz de nossa economia óbvia, sem chance de gerar novas tecnologias. Assim, torna-a menos competitiva.

Como empreendedora negra e trans, faço um convite à reflexão: as empresas que marcam época e fazem história são as que ousam e apoiam ousadias. No momento presente, enquanto você me lê, há projetos incríveis que estão sendo elaborados por pessoas trans e pretas. Projetos disruptivos e escaláveis que podem contribuir muito para o avanço das nossas lógicas e perspectivas. É assim que se cria o novo e torna nossa economia mais robusta. Nossa sabedoria nessa década desafiadora consiste em conseguir impulsionar essas iniciativas.

Nesse sentido, este texto começa destacando aliados que, em mesas de negócios com oportunidades, rompem com lógicas viciadas e destacam projetos de pessoas trans ou pretas.

Para criarmos projetos realmente disruptivos e lucrativos, vamos precisar fazer diferente: teremos de assumir a diferença como parte do processo. Um processo contínuo, fluido e eficaz. Convide pessoas trans e pretas para a sua mesa de negócios —seus números vão agradecer.

TENDÊNCIAS / DEBATES
Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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