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Tarcísio E. P. B.Filho, Eloisa Bonfá e Antonio J. R. Pereira

Hospital das Clínicas inovou na gestão da Covid-19

Desafio agora é retomar o ritmo do complexo observado antes da pandemia

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Tarcísio Eloy Pessoa de Barros Filho

Presidente do Conselho Deliberativo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

Eloisa Bonfá

Diretora clínica do HC-FMUSP

Antonio José Rodrigues Pereira

Superintendente do HC-FMUSP

O protagonismo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) na gestão da pandemia de Covid-19 para garantir assistência adequada aos casos mais graves foi destaque nacional tão logo as infecções pelo novo coronavírus começaram a se multiplicar, ainda no primeiro semestre de 2020.

Com apoio total e irrestrito do governo de São Paulo, o HC montou uma verdadeira operação de guerra e transformou o seu Instituto Central em um hospital exclusivo para atendimento aos doentes, com 900 leitos à disposição, dos quais 200 de terapia intensiva. Na sequência, com auxílio da iniciativa privada, foram abertos mais 100 leitos de UTI no complexo.

O ritmo de abertura de vagas em tempo recorde, que mobilizou os mais de 20 mil colaboradores do complexo, foi algo sem precedentes na história da medicina brasileira e se constituiu na mais complexa adequação realizada em mais de 77 anos de existência da instituição, em um trabalho conjunto que envolveu todos os oito institutos do Hospital das Clínicas.

O HC-FMUSP demonstrou agilidade, eficiência e total comprometimento com os seus pacientes na gestão da pandemia; não descuidou e não descuida de ninguém. Os pacientes com outros problemas que necessitavam de intervenção imediata, como vítimas de AVC, infartos e câncer, entre outras patologias, ficaram, inclusive, mais protegidos do risco de contágio por serem tratados em prédios sem os pacientes com o coronavírus.

Mais de 18 meses após o início do enfrentamento à Covid-19, o complexo registrou cerca de 9.000 pacientes internados com diagnóstico da doença, dos quais mais de 60% dos casos, que eram graves, receberam alta hospitalar.

Durante a pandemia, os pacientes com outras doenças acabaram não tendo o seu acompanhamento regular possibilitado sob o risco e o medo da contaminação. Mas, isso é importante destacar, não foi uma realidade exclusiva do HC e, sim, do mundo todo, onde os sistemas de saúde precisaram suspender as cirurgias eletivas (não urgentes) que pudessem ser adiadas.

Em saúde, a emergência é prioridade total. Na maior crise sanitária dos últimos cem anos, trabalhar para salvar a vida daqueles com quadros agudos e muito graves de Covid-19 passou a ser obrigação de todos os gestores sérios, e no HC não foi diferente.

Para conseguir atender à demanda de cirurgias eletivas represadas em razão da pandemia, o HC precisou realizar um trabalho extremamente difícil de reprogramação dos procedimentos, avaliando caso a caso, priorizando e garantindo assistência àqueles de maior urgência. Com a queda nos índices de infectados pelo Sars-CoV-2 graças à vacinação, o complexo está gradativamente conseguindo aumentar a capacidade de assistência "não covid".

Somente nos meses de junho e julho de 2021 houve incremento de 50% nas cirurgias, 25% nas consultas ambulatoriais e 23% nas internações em comparação ao mesmo período de 2020, no auge da primeira onda da pandemia.

O HC já tem o compromisso firmado pelo governo de São Paulo de investir R$ 45 milhões extras no complexo. Esses recursos serão usados em uma modelagem de contratação de recursos humanos com metas, o que deverá ajudar expressivamente na reorganização desses atendimentos no hospital.

Esse processo, evidentemente, não é imediato, pois ainda estamos superando a batalha dura e cansativa contra a Covid-19 e enxergando um horizonte ainda cheio de desafios. Mas vemos também gás e brilho nos olhos dos médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e demais profissionais da saúde do HC, sempre comprometidos com o propósito de salvar vidas.

No HC, ninguém está parado. O governo estadual, por meio de sua Secretaria da Saúde, também não tem poupado esforços para que, no menor espaço de tempo possível, o ritmo do complexo HC-FMUSP retorne ao nível observado antes da pandemia. Nosso compromisso com a assistência de qualidade se mantém o mesmo em qualquer tempo, inclusive no de crise.

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Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.​​

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