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Primárias mostram ampla rejeição ao peronismo, após governo liberal sofrível

O presidente da Argentine, Alberto Fernández - Juan Mabromata - 12.ag.20/AFP

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Se um mau desempenho da coalizão governista já era antecipado nas eleições parlamentares argentinas em novembro, quando metade das cadeiras da Câmara e um terço do Senado estarão em disputa, as primárias realizadas no domingo (12) deram materialidade à rejeição da gestão atual.

No sistema argentino, as primárias servem como uma prévia qualificada, uma manifestação concreta dos humores da população —que se mostram desfavoráveis para o presidente Alberto Fernández e o peronismo que o sustenta.

No âmbito nacional, a coalizão oposicionista Juntos por el Cambio obteve 40% dos votos, contra 31% obtidos pela Frente de Todos, de situação. Regionalmente, a alteração é dramática, com vitória da oposição em 17 das 23 províncias e na cidade de Buenos Aires. Há apenas dois anos, o governo havia vencido em 19 províncias.

Na capital do país, os três candidatos que disputam a liderança da oposição obtiveram 48,2% dos votos, ante 24,7% do peronismo. Já o polêmico postulante libertário Javier Milei atingiu 13,7% com sua pregação em favor do Estado mínimo.

O resultado prenuncia uma derrota em novembro e uma potencial perda da maioria peronista no Senado, o que deve dificultar o restante do mandato do presidente. O baque foi forte a ponto de levar à renúncia de cinco ministros, numa tentativa difícil de reverter danos no pleito efetivo.

Começa a se imaginar mudança mais ampla nas eleições para a Casa Rosada em 2023, que poderiam pender mais uma vez para os liberais. Os resultados do governo são pífios na economia e pouco convincentes no combate à pandemia.

Em 2020 a economia argentina encolheu 10%, e a expectativa para este ano é de crescimento de não mais de 6%. Enquanto isso a inflação permanece em torno de 50% ao ano, com enorme déficit público financiado por emissão de moeda.

O receituário típico do populismo de esquerda cobra sua conta. Nem mesmo o congelamento de tarifas públicas e restrições às exportações de alimentos, como carne, conseguem conter os preços. Não se vê coerência de gestão das políticas monetária e fiscal.

Depois do desempenho sofrível de Mauricio Macri, a vida dos argentinos em nada melhorou com a volta do peronismo, que há muito não oferece saídas viáveis para os enormes problemas do país.

editoriais@grupofolha.com.br

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