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Tristes episódios

Não há como afirmar que campanha é mais violenta, mas motivo de temor é sabido

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Urna eletrônica a ser usada no pleito deste ano - Pedro Ladeira/Folhapress

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Nos últimos dias e semanas, lamentáveis casos de violência associados a motivações políticas, de gravidade variada, tornaram-se mais frequentes no noticiário.

O primeiro caso a chamar a atenção nacional se deu em julho, ainda na pré-campanha, na cidade de Foz do Iguaçu (PR), onde um policial penal bolsonarista matou a tiros um guarda municipal petista.

Neste setembro, em dois homicídios a faca, outro simpatizante do presidente confessou ter matado, segundo a polícia, um eleitor de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Confresa (MT), e um apoiador de Jair Bolsonaro (PL) foi assassinado por um simpatizante do PT em Rio do Sul (SC), por razões ainda não inteiramente esclarecidas.

Também está sob investigação outra morte de um lulista, em Cascavel (CE). Em meio aos exemplos extremos há ainda relatos ou evidências de ameaças, agressões e balas disparadas contra militantes, candidatos e comitês eleitorais.

É impossível afirmar com segurança se o número de crimes por motivos políticos neste ano destoa dos registrados em períodos anteriores, dada a ausência de estatísticas e até de apurações conclusivas. Trata-se de um um país de 215 milhões de habitantes e triste tradição de violência, com média de mais de 100 homicídios ao dia.

As causas de preocupação, no entanto, são conhecidas no atual cenário de polarização ideológica e discursos radicalizados. Se o PT dispõe há tempos de uma militância inflamada, não raro intolerante e agressiva, Bolsonaro e seus seguidores elevaram a truculência a um novo e alarmante patamar.

Segundo o Datafolha, 40% dos brasileiros aptos a votar consideram elevada a probabilidade de haver violência no dia da eleição —o primeiro turno ocorre no domingo (2)— e 9% dizem que podem deixar de votar por medo.

Os temores estimularam algumas providências por parte do Judiciário. O Tribunal Superior Eleitoral proibiu o manejo de armas de fogo a menos de 100 metros dos locais de votação, com exceção para agentes de segurança em serviço; o Supremo Tribunal Federal derrubou normas baixadas por decretos que facilitavam o acesso a armas.

Entidades chegaram a defender medidas restritivas ainda mais amplas, que atingiriam caçadores, atiradores esportivos e colecionadores (os chamados CACs), além dos clubes de tiro. É duvidoso, porém, que haja tempo hábil para examinar e sobretudo pôr em prática regras muito draconianas, se é que elas seriam de fato eficazes.

Espera-se, pois, que a diligência do poder público, em todas as instâncias, e a civilidade de eleitores e candidatos concorram para mais uma eleição pacífica no mais longo período democrático do país.

editoriais@grupofolha.com.br

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