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Laura Machado e Ricardo Paes de Barros

Impactos econômicos da educação integral no Brasil

Jornada ampliada eleva taxa de conclusão e melhora futura remuneração

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Laura Machado e Ricardo Paes de Barros

Professores do Insper e pesquisadores do Centro de Evidências da Educação Integral

É atribuída a Aristóteles uma das primeiras referências sobre a importância da educação integral: "Educar a mente sem educar o coração não é educação". Há muito discute-se a importância de um processo de ensino-aprendizagem que busque o pleno desenvolvimento dos estudantes. Na maioria dos países que realizam a prova do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), essa busca já está mais próxima de se tornar realidade.

No Brasil, estamos muito empenhados na ampliação da jornada para o tempo integral, expandindo as oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento para os estudantes. Nos comprometemos com a educação integral na Constituição, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, nas Diretrizes Nacionais da Educação Básica, na Base Nacional Comum Curricular e no Plano Nacional de Educação.

Como sociedade, devemos garantir que a política seja cada vez mais baseada em evidências. As avaliações de impacto do programa de Ensino Médio Integral em Tempo Integral (Emiti) em Santa Catarina e da política de fomento do Ministério da Educação para expansão do programa no ensino médio são exemplos para subsidiarmos a tomada de decisão de gestores públicos com mais informação.

Em um estudo recente, levantamos cerca de 200 trabalhos científicos para estimar os impactos de médio e longo prazo para os estudantes e para a sociedade brasileira.

Para o estudante, estimamos os benefícios de empregabilidade e remuneração. Os impactos na proficiência e fluxo ao final da educação básica, ponderados a partir do caso de Santa Catarina, mostram que a educação integral dobra o ganho de proficiência ao longo do ensino médio, aumenta as taxas de aprovação e reduz reprovação, o que melhora a remuneração em 10%. Outro benefício é que o acesso às três séries do ensino médio com jornada ampliada eleva tanto a taxa de conclusão desta etapa quanto a do ensino superior. Considerando apenas o impacto sobre a remuneração dos estudantes, a relação custo-benefício da educação integral é de quase três vezes os seus custos diretos.

O impacto para a sociedade, em produtividade e no crescimento econômico, considerando uma expansão progressiva de 5% a mais de estudantes na educação integral a cada ano, triplicaria o valor de seu impacto atual na renda nacional. Enquanto a relação custo-benefício apenas da remuneração dos estudantes é de aproximadamente 1:3, a relação custo-benefício, considerando as externalidades, é de aproximadamente 1:6.

Em outras palavras, enquanto os benefícios privados da educação integral são quase três vezes maiores que seus custos, os benefícios sociais são quase seis vezes maiores. A evidência mostra, como já sabia Aristóteles, que os nossos compromissos apontam em uma direção benéfica tanto para os estudantes como para a sociedade.

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