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A parada do PIB

Com estagnação no 3º tri; retomada depende de confiança na política econômica

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Contêiners no Porto Itapoá, em Santa Catarina - Divulgação/Porto Itapoá

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O desempenho da economia brasileira no terceiro trimestre e os sinais preliminares deste final de ano confirmam que é provável um crescimento em torno de 3% em 2023. Se não chega a ser brilhante, o resultado mostra um biênio bem acima das expectativas após a recuperação das perdas da pandemia.

Até aqui, a boa surpresa do ano se deve basicamente ao primeiro semestre. No terceiro, houve desaquecimento considerável, embora esperado. Depois dos avanços de 1,4% entre janeiro e março e de 1% entre abril e junho, o Produto Interno Bruto ficou praticamente estagnado nos três meses seguintes, com oscilação de 0,1%.

ficou para trás boa parte do impacto do excepcional desempenho da agropecuária, que também deu grande impulso aos serviços, como o de transporte.

Ainda assim, o consumo das famílias mostra vigor. Um percentual surpreendente de pessoas ocupadas, algum aumento de rendimento real, auxiliado também pela queda da inflação, e a oferta de crédito para pessoas físicas sustentaram as compras.

Continuaram a fazer efeitos, ademais, o grande aumento da despesa com Bolsa Família, aposentadorias, pensões e benefícios assistenciais. A expansão desses programas em 2024 será muito menor.

As exportações de commodities, em particular de petróleo e grãos, além de seus efeitos secundários na economia explicam o restante do resultado do terceiro trimestre. Prevê-se que a produção dos artigos primários se mantenha em níveis altos, mas não deve haver crescimento significativo em 2024.

O aspecto negativo e muito preocupante do PIB foi a quarta queda seguida dos aportes em construções, equipamentos, máquinas e softwares; a taxa de investimento se aproxima dos piores níveis do século, em 16,6% do produto.

As altas taxas de juros devem explicar em parte o mau resultado; a baixa da Selic não tem sido suficiente para reduzir de modo significativo o custo de capital, impactado pela política monetária dos EUA e pela piora fiscal do Brasil. O quanto há de incerteza no motivo da retranca dos empreendedores é a questão em aberto.

Nas últimas semanas, tem havido um desafogo nas condições financeiras, em particular nos juros domésticos e externos.

É razoável esperar certa melhora do crédito bancário e mais ânimo no mercado de capitais, que vinha se recuperando nesta segunda metade do ano. Menos provável é uma melhora expressiva, se alguma, no mercado de trabalho.

Mesmo no curto prazo, portanto, o crescimento depende da retomada do investimento, que requer também mais previsibilidade na política econômica.

editoriais@grupofolha.com.br

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