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Ramagem tira 'delegado' de seu nome de urna e escolhe vice de olho em evangélicos

Retirada do termo visa evitar resistência junto a moradores de favelas; candidato quer anunciar deputada ligada à Universal para chapa

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Rio de Janeiro

A equipe da campanha do deputado Alexandre Ramagem (PL) bateu o martelo e decidiu tirar o termo "delegado" do nome de urna do candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro para evitar resistência junto a moradores de favelas da cidade.

Também mirando o apoio nas áreas populares, o PL finaliza detalhes para anunciar a deputada estadual Jucélia Freitas (Republicanos), conhecida como Tia Ju, como vice da chapa ao Palácio da Cidade.

A deputada é ligada à Igreja Universal, denominação evangélica da qual o prefeito Eduardo Paes (PSD), candidato à reeleição, vem tentando se aproximar. Também pesa o fato de ser uma mulher negra, perfil de eleitorado em que o ex-diretor da Abin (agência Brasileira de Inteligência) pretende reduzir as resistências.

O deputado Alexandre Ramagem (PL) discursa para aliados durante evento de sua pré-campanha à Prefeitura do Rio de Janeiro - AFP

As duas decisões fazem parte da estratégia da equipe de campanha de Ramagem para permitir crescimento do deputado para além da associação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Pesquisa do Datafolha divulgada no mês passado mostrou Ramagem com apenas 7% das intenções de voto, contra 53% de Paes e 9% do deputado Tarcísio Motta (PSOL).

Os números não preocuparam a campanha de Ramagem pela avaliação de que o deputado ainda é pouco conhecido, assim como sua ligação com Bolsonaro. Os números do Datafolha mostram que quase dois terços dos eleitores declararam não conhecê-lo (63%), patamar semelhante inclusive entre bolsonaristas.

Integrantes da campanha avaliam que Bolsonaro deve alavancar as intenções de voto. Contudo afirmam que Ramagem terá de conquistar eleitores com outros atributos para chegar ao segundo turno.

A decisão de retirar o termo "delegado" foi decidida após pesquisas qualitativas realizadas pela equipe de campanha. O marqueteiro do deputado é Paulo Vasconcelos, o mesmo que fez a campanha do governador Cláudio Castro (PL) em 2022.

Na avaliação de integrantes da campanha, o uso do cargo, como feito na campanha de 2022 para a Câmara, poderia afastar Ramagem das funções municipais. Além disso, seria um potencial foco de resistência em favelas. Apesar disso, o candidato do PL não abandonará a segurança pública como principal bandeira.

A escolha da deputada Tia Ju inclui razões semelhantes. A intenção é atrair a capilaridade da Igreja Universal para campanha em áreas carentes. A imagem de uma mulher negra também atraiu os dirigentes do PL, a fim de buscar um eleitorado mais resistente a Ramagem, segundo as pesquisas.

Tia Ju está em seu terceiro mandato como deputada. Ela foi secretária municipal de Assistência Social na gestão Marcelo Crivella (2017-2022)

O Republicanos deve assumir o posto após o MDB abrir mão da vaga. Os emedebistas haviam indicado a ex-deputada Rosane Félix, cantora gospel, mas ela preferiu manter a pré-candidatura a vereadora. A sigla não encontrou uma outra opção que atendesse aos pedidos do PL.

A deputada também conseguiu superar a opção "puro-sangue", cuja principal representante era a deputada estadual Índia Armelau (PL).

Ao escolher uma vice marcadamente evangélica, a campanha de Ramagem indica preocupação com os avanços de Paes sobre este eleitorado.

O prefeito angariou o apoio de pastores da Assembleia de Deus, tendo como principal representante o pastor Abner Ferreira. O candidato do PSD também escalou o deputado federal Otoni de Paula (MDB) para coordenar a campanha voltada para os cristãos. O bolsonarista emedebista era visto como aliado natural de Ramagem, por sua vinculação ao ex-presidente.

Paes também busca se aproximar da Universal. Incluiu na nominata para a Câmara Municipal do PSD o pastor Deangeles Percy, coordenador político da igreja no estado. Ele também esteve com o bispo Edir Macedo no Templo do Salomão no último fim de semana.

Outro movimento de aproximação de Paes com a Universal foi a "bandeira branca" estendida nos conflitos com o ex-prefeito Marcelo Crivella (Republicanos). Ele orientou a base de seu governo a aprovar as contas do antecessor, o que evitou a inelegibilidade do sobrinho de Macedo.

A relação com a denominação, porém, não está estabelecida. O Republicanos, braço político da Universal, rompeu a aliança que tinha estabelecido com o prefeito após alegar descumprimento de acordos. A saída da aliança foi articulada pelo ex-deputado Eduardo Cunha, que assumiu o diretório municipal da sigla.

Cunha tem atuado para incluir Ramagem em eventos evangélicos. O candidato do PL discursou numa celebração do centenário da Assembleia de Deus no Rio de Janeiro no Maracanãzinho e se sentou ao lado de Danielle Cunha (União), filha do ex-presidente da Câmara.

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