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Nunes promete em sabatina Folha/UOL ampliar GCM e nega problemas na educação e no centro de SP

Em busca da reeleição, prefeito afirmou não haver milícia na guarda municipal e disse querer manter tarifa de ônibus congelada

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São Paulo

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que vai aumentar a Guarda Civil Municipal (GCM) em 2.000 agentes e não admitiu piora na educação pública municipal, aferida em avaliação oficial, nem na zeladoria do centro de São Paulo em sabatina realizada por Folha e UOL nesta sexta-feira (6).

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) durante sabatina realizada pela Folha e pelo UOL - Youtube

Questionado sobre que nota daria para a educação em sua gestão, Nunes disse 9,5 e afirmou buscar sempre melhorar, mas não admitiu que a qualidade do ensino piorou durante os anos de seu mandato.

O Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) da rede municipal paulistana caiu de 5,7, em 2021, para 5,6 no ano passado. Em 2019, antes da pandemia, a média era 6. Com esse resultado, São Paulo ficou abaixo da média nacional das escolas públicas, que foi de 5,7.

"A média em São Paulo é 0,2% superior à das outras capitais brasileiras no ensino inicial. Na capital administrada pelo PSOL, é 0,2% menor, e também estamos em uma posição melhor do que a capital administrada pelo PSB", disse, em referência aos adversários Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB).

Ele afirmou ainda que não é possível comparar a avaliação atual da alfabetização com as anteriores devido a mudanças no método feitas pelo MEC e reiterou que o governo dele conseguiu zerar a fila de creches.

Outro tema em que Nunes negou haver problemas foi na questão da zeladoria do centro da cidade, quando ele demonstrou irritação com as perguntas. O prefeito disse que sua administração tem sido reconhecida pelo trabalho na região, principalmente por comerciantes, e questionou a filiação daqueles que reclamam.

"Eu não sei que mundo você está falando. Estou fazendo toda a reforma ali do centro velho. Tem que ver de qual partido são esses comerciantes que fizeram abaixo-assinado", afirmou. Nunes chegou a pedir que os jornalistas olhassem pela janela para conferir a situação, já que o prédio da Folha fica localizado na região central.

Apesar disso, frisou que ainda não está satisfeito com a situação do centro. "Se eu estivesse satisfeito, não seria candidato a reeleição. A gente tem muito trabalho ainda para fazer, mas não reconhecer o que a gente está fazendo não é possível", disse.

O prefeito prometeu aumentar o efetivo da Guarda Civil Municipal em 2.000 pessoas em quatro anos, com no mínimo 500 vagas em cada ano do seu eventual novo governo. Disse ainda que, na sua gestão atual, ampliou a guarda de 5.348 pessoas para mais de 7.000, além de aumentar em 72% o salário inicial na carreira.

O prefeito disse buscar "desde o primeiro dia" acabar com a cracolândia e que, no trabalho conjunto com o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), esse momento chegará, embora não tenha respondido em quantos anos isso vai ocorrer.

"Em 2015 e 2016, eram 4.000 usuários, e hoje tem cerca de 900, portanto a gente teve avanço", disse Nunes, mencionando a época de Fernando Haddad (PT) na prefeitura.

Respondendo sobre segurança, Nunes disse ter rigor e pulso firme a respeito de duas investigações —a que liga empresas de ônibus ao PCC e em relação aos guardas civis suspeitos de atuar em uma milícia na cracolândia.

"Não existe milícia na Prefeitura de São Paulo porque tem um prefeito firme", afirmou, ressaltando agir com "contundência para qualquer pessoa que comprometa a imagem da instituição [GCM] que seja afastada e responda administrativamente e criminalmente".

Durante a entrevista, Nunes também negou ter furado a fila de atendimento da rede municipal de Saúde para realizar endoscopia e colonoscopia em janeiro deste ano. Segundo ele, houve agendamento prévio dos procedimentos.

"Lógico que eu fiz o agendamento. Furar a fila é quando alguém está em situação de benefício próprio. Eu estou no exercício da minha função", afirmou.

O prefeito ainda disse que, na ocasião, testava a qualidade do hospital municipal, que tem plano de saúde e que todos os gestores deveriam usar os serviços oferecidos pelas prefeituras.

Ao falar sobre habitação, Nunes disse que não vai reajustar o auxílio-aluguel, que está em R$ 400 desde 2015, argumentando que aumentou o valor para R$ 650 para aqueles que viviam em área de risco e que prefere investir na entrega de unidades habitacionais.

Nesse momento, ele aproveitou para alfinetar Boulos, líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), afirmando que tem atendido as "entidades de movimento de moradia que são sérias, não essas que invadem".

A respeito da tarifa de ônibus, que é de R$ 4,40 desde o início da gestão, Nunes afirmou querer manter o congelamento, mas disse não poder garantir isso, mencionando que depende da arrecadação e dos gastos com o setor.

Ainda na área de transporte e mobilidade, Nunes foi questionado sobre as metas do mandato, que incluem 40 quilômetros de corredores de ônibus —há apenas 4,1 km finalizados.

O prefeito destacou haver 80 km de corredores em obras e que a burocracia em relação à licitação dos contratos é um fator que atrasa o andamento.

Bolsonaro e 7 de Setembro

Na véspera da manifestação bolsonarista marcada para o 7 de Setembro na avenida Paulista, Nunes disse que o ato é em defesa do Estado democrático de Direito, ignorando que a convocação tem como mote o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

"A manifestação é em defesa do Estado democrático de Direito. [...] Minha vida inteira eu defendi a democracia. Eu vou estar lá dentro desse contexto", disse

O prefeito disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve aumentar a participação em sua campanha.

"Ontem perguntaram pra ele e ele falou ‘não, agora não está na hora de intensificar’. Ele está com a gente, vai ter o momento certo de intensificar, Ele estava em Minas. As pessoas perguntam para ele quando ele está no Paraná, no Mato Grosso. Ele está correndo o Brasil todo."

A mediação das entrevistas foi de Fabíola Cidral, ao lado dos jornalistas Raquel Landim, do UOL, e Fábio Haddad, editor de Cotidiano da Folha.

Além de Nunes, outros postulantes foram convidados. Pablo Marçal (PRTB) foi entrevistado na quarta-feira (4) e Tabata na quinta-feira (5). Na semana seguinte, de 9 a 13, será a vez de Boulos, Altino Prazeres (PSTU), Ricardo Senese (UP), João Pimenta (PCO) e Marina Helena (Novo). A entrevista com Bebeto Haddad (DC) deve ocorrer em 16 de setembro.

A Folha e o UOL têm feito uma série de sabatinas com candidatos de todo o país. O ciclo de entrevistas foi iniciado em 10 de junho com os postulantes de Belo Horizonte e está sendo feito também em outras 17 cidades.

Além disso, Folha e UOL promoverão um debate com os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo. O encontro no primeiro turno será em 30 de setembro, às 10h. Caso haja segundo turno, haverá outro em 21 de outubro, também às 10h.

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