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Café na Prensa - David Lucena
David Lucena

Aquecimento ‘espantoso’ causa grandes problemas para agropecuária, diz ministro

Fávaro afirma que, apesar disso, é cedo para estimar perdas na safra cafeeira

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Barra de Santo Antônio (AL)

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD-MT), disse que o nível de aquecimento na América do Sul neste ano é "algo espantoso", o que "causa grandes problemas para nossa agropecuária".

"Essa é a maior prova para quem possa ainda questionar as mudanças climáticas", afirmou o ministro. "Nós tivemos um El Niño muito severo em 1997, e quando a gente olha os níveis de aquecimento na América do Sul de 2023, é algo espantoso. Não tem nem comparação. Está muito mais quente do que 1997. Isso causa grandes problemas para nossa agropecuária", disse Fávaro.

Funcionário trabalha na secagem de café
Funcionário trabalha na secagem de café em fazenda no interior do estado de São Paulo - Eduardo Anizelli/Folhapress

Como exemplo desses impactos o ministro citou muito replantio no Centro-Oeste, inundações no Sul e mais uma florada com problema na cafeicultura.

Sobre essa última questão, no entanto, Fávaro afirmou que acha cedo para falar sobre perdas. Há estimativas que projetam perdas de 15% a 20% da safra de café deste ano.

"Tem previsão de chuvas nos próximos oito, nove dias, [de forma] bem generalizada, nas áreas produtoras. Então a partir dessa chuva a gente vai poder contar se teve impactos, se teve perdas ou não", afirmou.

As declarações do ministro ocorreram na noite desta quarta-feira (15), após a cerimônia de abertura do 29º Encontro Nacional da Indústria de Café (Encafé), evento organizado pela Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café), que reúne alguns dos principais empresários do setor no município de Barra de Santo Antônio, litoral norte de Alagoas.

O evento deste ano celebra os 50 anos da Abic, entidade responsável por, entre outras coisas, padronizar a pureza do café brasileiro quando o assunto ainda não era regulado por lei, e tem como tema principal justamente a sustentabilidade.

Como a Folha mostrou, as altas temperaturas, associadas ao El Niño, que altera o padrão de chuvas no país, podem acelerar os preços de alimentos mais sensíveis ao clima, como verduras, legumes e frutas, e atrasar a safra de soja, com reflexos sobre a qualidade dos grãos.

Observadores do clima dizem que 2023 deve ser o ano mais quente em 125 mil anos. O calor é resultado das emissões de gases causadores do efeito estufa combinadas com o El Niño.

O jornalista viajou a convite da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café).

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