De Grão em Grão

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De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato
Descrição de chapéu juros Selic Banco Central

Entenda o que fazer com seus investimentos com a queda da Selic

Sinalização é de que a Selic pode cair mais rápido e mais forte do que o que se esperava

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O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) decidiu por reduzir a taxa Selic meta de 13,75% ao ano para 13,25% ao ano. Essa decisão não é uma surpresa. A maioria dos agentes de mercado já previa e essa queda já estava parcialmente no preço dos contratos futuros negociados na B3. Entretanto, as quedas futuras podem ser maiores que o esperado. Portanto, amanhã, você já estará atrasado no ajuste de sua carteira de investimento.

Brasília, 02/08/2023 - Reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil. Foto: Raphael Ribeiro/BCB
Brasília, 02/08/2023 - Reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil. Foto: Raphael Ribeiro/BCB - BCB

Se você acha que vai ter tempo de sobra para alterar seu portfólio para um novo cenário de juros mais baixos, você está enganado.

Como descrito no comunicado: "Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário."

Ressalto, o comunicado afirma que a Selic deve cair 0,5% também nas próximas reuniões e ele ainda deixa aberta a possibilidade de a Selic cair até mais forte, pois esta queda de 0,5% ainda seria contracionista.

Portanto, a sinalização é de que a Selic pode cair mais rápido e mais forte do que o que se esperava.

Parte da queda de juros já era precificada pelo mercado, mas ainda há prêmio a se capturar.

Com isso, o que fazer com seu portfólio?

Os títulos referenciados ao IPCA e prefixados ainda apresentam prêmio no mercado e devem ser preferidos em seu portfólio.

Aproveite agora para avaliar qual a sua reserva de liquidez necessária e desloque o restante da renda fixa para travar taxas mais altas por mais tempo.

Para os investidores mais conservadores, os títulos privados com garantia do FGC são uma excelente alternativa, assim como os títulos públicos.

Já os investidores com perfil mais moderado, podem se aproveitar dos benefícios de isenção de IR e aproveitar os títulos privados corporativos como debêntures, CRIs e CRAs. Nesse caso, a pulverização em vários emissores é fundamental para redução do risco.

Ativos de risco como ações e fundos imobiliários também tendem a se beneficiar em cenário de queda de juros. O risco no caso dos fundos imobiliários é uma eventual taxação de dividendos. Nesse caso, o balanço de retorno por risco em ações parece mais favorável.

Como abordei no passado, as empresas caracterizadas como small caps tendem a se beneficiar mais em ciclos de quedas de juros.

Entretanto, é preciso lembrar que ações são um investimento de risco e não é só a taxa de juros que influencia. Esse mercado também sofre influência de diversos fatores como expectativa de crescimento e aversão ao risco de investidores.

A taxa Selic deve cair para 11,75% ao ano em dezembro deste ano e encerrar 2024 abaixo de 9% ao ano.

Não espere esse cenário se tornar uma realidade para alterar seu portfólio, ou você vai perder muitas oportunidades.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

Fale direto comigo no e-mail.

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