Era Outra Vez

Literatura infantojuvenil e outras histórias

Era Outra Vez - Bruno Molinero
Bruno Molinero
Descrição de chapéu Livros

Principais prêmios do livro infantil ficam com austríaco, canadense e australianos

Brasil não vence o Hans Christian Andersen nem o Alma, que tinham Marina Colasanti, Nelson Cruz e Roger Mello finalistas

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Bolonha

Existia uma certa expectativa para que algum dos autores brasileiros finalistas dos dois principais prêmios internacionais da literatura infantojuvenil vencesse pelo menos um dos troféus.

Enquanto Marina Colasanti e Nelson Cruz concorriam ao Hans Christian Andersen, considerado o Nobel dos livros para crianças e jovens, o ilustrador Roger Mello estava indicado ao Alma, sigla do sueco Astrid Lindgren Memorial Award. Mas nenhum deles foi escolhido vencedor.

As premiações divulgaram seus ganhadores em cerimônias ocorridas nesta segunda e nesta terça, dias 8 e 9, durante a Feira do Livro Infantil de Bolonha, que vai até quinta, dia 11, na cidade italiana.

O primeiro a divulgar os laureados foi o Andersen. Na categoria para escritores, o escolhido foi Heinz Janisch, um dos principais nomes da literatura infantojuvenil da Áustria.

Nascido em 1960, ele é autor de diversos títulos lançados ao redor do mundo —incluindo o Brasil, onde alguns foram traduzidos, principalmente para leitores menores. É o caso de "Eu Sou Assim e Vou te Mostrar" e "A Ponte", ambos da editora Brinque-Book, além de "Eu Tenho um Pequeno Problema, Disse o Urso" (Salamandra) e "Até os Deuses Amam Futebol" (Biruta), por exemplo.

Retrato do escritor Heinz Janisch
Heinz Janisch, vencedor do Hans Christian Andersen - Divulgação

Já entre os ilustradores, o vencedor foi o canadense Sydney Smith, que também tem uma obra extensa e é conhecido por criar narrativas visuais nas quais trabalha sobretudo com o silêncio e imagens que quase nunca gritam, mas trilham um caminho poético e quase contemplativo.

No Brasil, ele acaba de lançar "O Jardim da Minha Baba" pela Pequena Zahar, que tem texto de Jordan Scott. A dupla também lançou pela mesma editora "Eu Falo como um Rio". Mas talvez sua obra mais famosa seja "Pequenino na Cidade", publicado também pela Pequena Zahar.

Ilustração de Sydney Smith
Ilustração de Sydney Smith, vencedor do Andersen - Reprodução

Atualmente, o Brasil conta com três troféus do Hans Christian Andersen e agora terá que esperar ao menos dois anos pelo quarto, já que o prêmio é bianual. Lygia Bojunga venceu em 1982, enquanto Ana Maria Machado foi contemplada em 2000 e Roger Mello em 2014.

Retrato do ilustrador Sydney Smith
Retrato do ilustrador canadense Sydney Smith - Divulgação

Mello, aliás, era um dos indicados deste ano ao Alma, sigla do Astrid Lindgren Memorial Award, cuja divulgação dos vencedores também foi feita em Bolonha. O escolhido foi a instituição Indigenous Literacy Foundation, da Austrália, que promove projetos literários com 427 povos indígenas do país.

Além de trabalhar com contações de histórias e incentivar programas de incentivo à leitura, a organização já doou mais de 750 mil livros e publicou cerca de 110 títulos em 31 línguas originárias.

 Indigenous Literacy Foundation
Indigenous Literacy Foundation, instituição vencedora do Alma - Divulgação

"Nos últimos anos, por causa da pandemia, foi difícil viajar. Não conseguimos premiar projetos de incentivo à leitura, porque achamos importante visitar as instituições e seus locais de trabalho antes de tomar a decisão final", disse ao blog o sueco Mårten Sandén, que fez parte do júri.

Segundo ele, alguns aspectos foram determinantes para a escolha. "Um deles, é claro, foi o fornecimento de literatura para crianças e jovens que não têm livros. Mas não só. Eles fazem isso com obras escritas em dezenas de idiomas próprios, que contam histórias próprias desses grupos, o que acaba ajudando a preservar essas culturas e muitos desses idiomas."

A Indigenous Literacy Foundation receberá 5 milhões de coroas suecas, ou cerca de R$ 2,3 milhões. A escritora Lygia Bojunga é a única brasileira a ter vencido o prêmio até o momento.

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