O primeiro grande festival de música após o arrefecimento da pandemia, queda das máscaras e vacinação em massa foi marcado por forte clima político, que pode indicar o tom da campanha elitoral para este ano de 2022. O Lollapalooza Brasil começou na sexta-feira (25) já incomodando o Planalto. A artista Pabllo Vittar fez sinais de "L" com as mãos e se abraçou em uma bandeira do ex-presidente Lula (PT) durante sua performance. No mesmo dia, a cantora Marina mandou o recado: "Fuck Bolsonaro, fuck Putin!".
As manifestações foram vistas como campanha fora de época pelo partido do presidente Jair Bolsonaro (PL), que recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na tarde do sábado (26) e foi acolhida. A decisão liminar do ministro Raul Araújo proíbe manifestações a favor ou contra qualquer candidato ou partido político, com multa R$ 50 mil para a organização do festival se houver outras declarações de cunho político.
Juristas ouvidos pela Folha consideram que a decisão do TSE confunde propaganda eleitoral com liberdade de expressão. Nas redes, a liminar foi vista como censura e, em protesto, o termo "Lulapalooza" está entre os assuntos mais comentados do Twitter desde a tarde de sábado (26).
Afinal, o que pode ser enquadrado como propaganda eleitoral?
Mesmo após a decisão do TSE, alguns artistas se manifestaram politicamente. Emicida mandou um "Fora Bolsonaro" e pediu para que adolescentes de 16 a 18 tirem título de eleitor.
O rapper volta aos palcos do Lollapalooza neste domingo (27), ao lado de Planet Hemp, para homenagem ao baterista do Foo Fighters, Taylor Hawkins, que foi encontrado morto nesta sexta-feira.
A banda Fresno também projetou "Fora Bolsonaro!" na abertura do festival neste domingo.
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